Alcolumbre desiste de sessões normais no Senado em agosto após consultar médicos
Presidente do Senado está estudando a possibilidade de realizar sessões semipresenciais em sessões que exigem sigilo de voto de seus pares


O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), conversou, na manhã desta quinta-feira (30/07), com três médicos que estão trabalhando diretamente no combate ao coronavírus em Brasília para decidir o que fazer em relação à volta aos trabalhos presenciais da Casa. Depois de ouvir os especialistas, Alcolumbre decidiu que, por enquanto, não é momento de retomar as atividades normais.
“O presidente praticamente descartou votação presencial das autoridades em agosto por conta do índice de casos de Covid no Distrito Federal que está muito alto. Ele conversou com os médicos hoje de manhã e as redes pública e privada, estão superlotadas”, informou a assessoria de imprensa do presidente do Senado à reportagem da CNN.
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No entanto, Alcolumbre ainda estuda uma maneira de realizar votação de indicações de autoridades, como, por exemplo, embaixadores do país no exterior. Esse tipo de sessão, de acordo com a Constituição Federal, só pode ser realizado pelo voto secreto e após sabatina pública. No entanto, o sistema remoto usado atualmente não permite votação secreta, já que ela exige identificação por biometria.
“Alcolumbre está estudando a possibilidade de realizar sessões semipresenciais. Os senadores do grupo de risco usariam os terminais de votação instalados fora do plenário, o restante ficaria no plenário, mas sem assessores, e aqueles que não pudessem comparecer votariam online”, completou a comunicação do presidente do Senado.
Atualmente, cerca de 1/3 dos senadores tem acima de 60 anos ou alguma comorbidade. Por isso, a Casa já instalou terminais de votação fora do plenário, buscando evitar aglomerações de parlamentares do chamado grupo de risco. Três desses terminais funcionarão como um “drive thru”, onde os senadores desse grupo poderão votar ao passar com o carro pela Chapelaria do Congresso, sem que seja preciso sair do veículo.
Apesar disso, parlamentares estão pressionando o presidente para que suspenda até mesmo a possibilidade dessa votação “drive thru”. Eles alegam que deixar seus estados e bases eleitorais e pegar avião para Brasília, já significaria um risco muito grande para senadores idosos ou com problemas de saúde pré-existentes.