Apesar de adesão a bloco de Maia, esquerda parte dividida para disputa na Câmara
Processo que levou o PT à decisão anunciada na tarde desta sexta-feira é o melhor exemplo de divisão


Apesar da adesão formal ao bloco de Rodrigo Maia (DEM-RJ), a esquerda parte dividida para a eleição para a presidência da Câmara.
O processo que levou o PT à decisão anunciada na tarde desta sexta-feira (18) é o melhor exemplo disso. A bancada, maior da casa com 54 deputados, estava dividida em três posições:
1) lançar uma candidatura própria apenas com as oposições;
2) não aderir a Rodrigo Maia por entender que fortalecê-lo é fortalecer o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) – esse grupo entende que a vaga no segundo turno em 2022 será disputada com o governador paulista, não com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que já estaria com vaga garantida;
3) adesão completa a Maia para assegurar boas vagas na Mesa Diretora.
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Sem consenso, a construção política foi uma solução intermediária que envolvesse o lançamento de uma candidatura dentro do bloco de Maia. O principal operador dessa solução foi o líder da minoria, José Guimarães (PT-CE), que já havia liderado a bancada para apoiar Rodrigo Maia nas três vezes em que o deputado fluminense se elegeu presidente.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, defendia inicialmente o lançamento de uma candidatura própria.
Dos 31 deputados do PSB, segundo maior partido da oposição, 18 já avisaram que votarão em Arthur Lira. No PDT, a previsão, segundo deputados da bancada, é de que dos 28 deputados algo entre 13 e 15 prefiram Lira.
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Há uma preocupação nesses partidos de deixar Lira apenas nas mãos da direita e não abrir espaço para que ele firme compromissos com esse campo político. Além disso, a dupla PDT-PSB aposta em uma aliança para as eleições de 2022 que depende muito do sucesso de prefeituras eleitas neste ano, em especial nas capitais.
O PDT, por exemplo, venceu em Fortaleza com José Sarto e em Aracaju com Edvaldo Nogueira. O PSB elegeu João Campos no Recife e João Henrique Caldas em Maceió. Todos, dizem parlamentares das siglas, dependem de verbas federais para fazerem bons governos.