Câmara cria comissão para acompanhar apuração da morte de João Alberto

Colegiado buscará 'resposta ao país' após homem negro morrer asfixiado em supermercado em Porto Alegre

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), autorizou, nesta terça-feira (24/11), que seja criada uma comissão externa para acompanhar a investigação da morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado até a morte por seguranças em uma loja do supermercado Carrefour, em Porto Alegre. 

A expectativa é que autorização seja publicada nesta quarta (25) no Diário da Câmara e o colegiado seja instalado na quinta (26). A comissão será coordenada pelo deputado Damião Feliciano (PDT-PB), que propôs a sua criação no último dia 20, um dia depois do assassinato.

Nesta quarta (25), Damião irá se reunir com outros parlamentares e com assessores legislativos da Câmara para fechar os detalhes do colegiado.

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Segundo o deputado, a comissão vai apurar a causa da morte de João Alberto com a ajuda de especialistas de direito, direitos humanos e em ação penal. “O [Rodrigo] Maia nos deu essa missão e cabe a Câmara dar uma resposta ao país”, completou.

Integrarão o colegiado ainda os deputados Benedita da Silva (PT-RJ), Bira do Pindaré (PSB-MA), Silvia Cristina (PDT-RO), Áurea Carolina (PSOL-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP).

O Caso João Alberto

Os vigias Magno Braz Borges e Giovane Gaspar da Silva, policial militar temporário, foram flagrados pelas câmeras de segurança espancando João Alberto até a morte. Os dois tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles foram autuados em flagrante por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Nos últimos dias, cidades brasileiras registraram protestos diante da morte de João Alberto. As manifestações, que apontam crime de racismo, aconteceram através de protestos e da pintura da expressão “Vidas Negras Importam” na Avenida Paulista, em São Paulo. 

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