“Cartão vermelho” de Bolsonaro isola braço direito de Guedes em Brasília

Nos bastidores, nem no Ministério da Economia e muito menos no Palácio do Planalto há quem defenda Waldery Rodrigues

O “cartão vermelho” que o presidente Jair Bolsonaro disse que daria a quem lhe propusesse congelar aposentadorias para financiar o Renda Brasil provocou o isolamento do secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.

Nos bastidores, nem no Ministério da Economia e muito menos no Palácio do Planalto há quem defenda Waldery, um dos principais integrantes da equipe econômica de Paulo Guedes. 

Na Economia, a avaliação é a de que ele errou ao dar uma entrevista em que sugeriu o congelamento de aposentadorias como uma forma de financiar o Renda Brasil. Ainda mais porque Bolsonaro já havia dito em Minas Gerais que não aceitaria soluções que tirassem recursos dos pobres para dar aos paupérrimos. Interlocutores de Guedes dizem que a fala de Waldery foi “a gota d’água em um balde cheio” e dizem até mesmo que praticamente ninguém na pasta sabia dessa eventual solução. 

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De acordo com relatos feitos à CNN, embora Waldery seja considerado um bom técnico, sua relação com o ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sofrendo desgaste há um tempo. Nesse cenário, o episódio sobre os recursos para o novo programa social “não é uma foto”, mas sim a continuação de um filme. 

A avaliação é a de que o secretário tem “pouca habilidade de comunicação” não só internamente, mas também fora da Economia. Hoje, a demissão de Waldery provocaria uma “festa na Esplanada dos Ministérios”.

Agora, Waldery balança no cargo e sua permanência está mais nas mãos de Guedes do que de Bolsonaro. Isso porque na conversa que tiveram pela manhã, o presidente não chegou a pedir a cabeça de Waldery, mas deixou claro que o ministro da Economia precisava “segurar” sua equipe contra vazamentos de propostas antes mesmo do Planalto saber delas.

O ministro da Economia, Paulo Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

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