Damares prepara plano de contingência contra violência doméstica na quarentena
De acordo com a ONU Mulheres, a tensão e as estratégias de isolamento tendem a aumentar o número de casos de agressões a mulheres


A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos determinou à equipe do ministério a elaboração de um plano de contingência para enfrentar um aumento no número de casos de violência doméstica no país durante os períodos de quarentena.
“É preciso muita calma neste momento. É um período de muito desgaste, mas vai passar. Pode ser uma oportunidade de a família fortalecer seus vínculos. É principalmente nisso que vamos trabalhar. Mas também na repressão a qualquer tipo de agressão”, disse Damares Alves à coluna.
De acordo com a ONU Mulheres, a tensão e as estratégias de isolamento tendem a aumentar o número de casos de agressões a mulheres, como já demonstram relatórios de comunidades impactadas pela COVID-19, principalmente na China.
Para Maria Carolina Ferracini, gerente de Prevenção e Eliminação da Violência contra as Mulheres na ONU Mulheres Brasil, é necessário que não haja corte de recursos já programados para políticas públicas de combate à violência à mulher. Segundo ela, “a manutenção de atendimento às mulheres em delegacias, centros de referência, centros de saúde” também devem constar no plano.
A exemplo do que foi visto durante a crise do Ebola, as mulheres também devem ser as mais atingidas economicamente, já que são maioria em trabalhos informais. “É um impacto brutal nas mulheres. Elas estão isoladas, perdendo renda por conta dos fechamentos das escolas, necessidade de conciliar dentro cuidado dentro de casa. As mulheres mais pobres vão perder renda e a possibilidade de garantir necessidades imediatas da própria família”, disse Maria Carolina Ferracini.