Dario Messer relata entrega dólares para a família Marinho, afirma revista
O doleiro citou em delação premiada diversos repasses entre US$ 50 mil e US$ 300 mil aos donos do Grupo Globo; família Marinho nega acusações


Conhecido como o “doleiro dos doleiros”, Dario Messer relatou em delação homologada pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro a entrega de quantias em dólares para a família Marinho, dona do Grupo Globo. A informação foi revelada pela revista “Veja” e confirmada pela CNN.
As entregas das quantias em dólares (que variavam de US$ 50 mil a US$ 300 mil) teriam ocorrido dentro da sede da TV Globo, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Messer afirmou ter começado a realizar negócios por intermédio de Celso Barizon, suposto gerente da família Marinho em uma conta em Nova York. Os repasses teriam começado no início dos anos 1990.
Leia também:
Doleiro Dario Messer é condenado a mais de 13 anos de prisão
Saiba os bens que Dario Messer vai devolver no acordo de R$ 1 bilhão
De acordo com relatos de Messer, um funcionário de sua equipe entregava as quantias de duas a três vezes por mês. Os valores entregues em espécie no Brasil seriam compensados pela família Marinho com depósitos no exterior, através da conta gerenciada por Barizon. O doleiro não apresentou provas e afirmou ainda que não teve contato direto com os irmãos.
Em nota, a família Marinho negou as acusações. “A respeito de notícias divulgadas sobre a delação de Dario Messer, vimos esclarecer que Roberto Irineu Marinho e João Roberto Marinho não têm nem nunca tiveram contas não declaradas às autoridades brasileiras no exterior. Da mesma maneira, nunca realizaram operações de câmbio não declaradas às autoridades brasileiras.”
R$ 1 bilhão
Dario Messer deve devolver R$ 1 bilhão aos cofres públicos pelo acordo de delação homologado na Justiça. Ele foi condenado a 18 anos e 9 meses de prisão. O doleiro é réu da Lava Jato no Rio por lavagem de dinheiro e outros crimes. Messer foi o principal alvo da operação “Câmbio, Desligo”, desdobramento da Lava Jato em 2018, que investigava um sistema de transações ilegais de câmbio em 52 países.