Debate 360: Eduardo Gomes e Major Olimpio avaliam manifestações de domingo
Os senadores debateram sobre os atos contra e a favor do presidente Jair Bolsonaro e a aproximação do governo federal com o Centrão


No Debate 360 desta segunda-feira (1º), os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Senado, e Major Olimpio (PSL-SP), falaram sobre as manifestações pró e contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que aconteceram no domingo (31).
Para Gomes, “a democracia precisa pulsar”, mas ela não pode acontecer no meio de um ambiente onde há “grupos organizados para fazer baderna”.
“Há poucas horas, o presidente fez uma declaração importante de que entende que as manifestações democráticas precisam ter uma margem de segurança para que seus manifestantes tenham condições de se manifestar sem o estímulo ao atrito, à violência, a situações que nós vimos no dia de ontem no país inteiro. Portanto, a declaração do presidente era dizer que aqueles que simpatizam com o seu governo não compareçam às manifestações aonde é evidente o choque”, disse Gomes.
Assista e leia também:
‘Deixa eles domingo lá’, diz Bolsonaro sobre próximas manifestações
Mourão: é preciso não usar defesa da democracia para causar instabilidade
SP deve ter protestos contra e pró-Bolsonaro em dias diferentes, diz Doria
Olimpio disse que “em nada a situação que se vivenciou em São Paulo tem a ver com grupos pró ou contra Bolsonaro”. O parlamentar do PSL avaliou o ato na Avenida Paulista como “uma coisa montada e orquestrada”.
“O que aconteceu, e eu acabei recebendo muitas informações e repassei ao comando da Polícia Militar, ao serviço de inteligência, é que houve uma grande orquestração, um chamamento inicialmente pela torcida da Gaviões da Fiel para um confronto marcado para o meio-dia contra a Mancha Verde, em um pressuposto que a torcida da Gaviões iria pela democracia e a Mancha Verde é de apoiadores do presidente Bolsonaro, haja vista ele ser palmeirense”, contou Olimpio.
Segundo o senador do PSL, “não tem nada a ver uma coisa com a outra”.
“Existiam chamadas dizendo ‘venha para a Paulista, aprenda a matar PM e se você é pacifista não vem, não, porque é para matar ou para morrer’. Coisa de bandido. A Polícia Militar se colocou para não ter atrito. (…) Não ia ter consequência nenhuma aquela manifestação se não fossem alguns indivíduos, infiltrados ou não, com camisa de movimentos nazistas que passaram a chutar policiais, cuspir no rosto, jogar saquinho de urina e fezes para desencadear a ação da polícia”, completou.
Centrão
Sobre a aproximação do governo federal com os partidos do centrão, o senador Major Olimpio disse que respeita todos os partidos e que tem uma convivência harmônica com todos, mas que seu lado pessoal é de “desilusão”.
“Nós [ele e Bolsonaro] saímos dizendo para o país todo que não queremos ‘toma lá da cá’. Nós já sabemos o resultado do que vai acontecer lá na frente e, para mim, é absolutamente constrangedor”, avaliou.
Segundo Olimpio, o discurso de combate à corrupção foi o que elegeu Bolsonaro.
“Essa questão de combate à corrupção não bate com essa história agora do loteamento de cargo. Pode ser necessário politicamente. Mas nós, e eu me incluo, estamos tropeçando na língua”, disse.
Já Gomes falou que “o presidente montou um ministério com 22 ministros e mantém essa mesma linha sem ampliar um ministério sequer, uma coisa inédita no país”.
O líder do governo no Senado disse ainda que os partidos que são considerados hoje o Centrão não são o mesmo Centrão de 88 e nem de 2013, e que apoiam o governo de Jair Bolsonaro desde 2019.
(Edição: Bernardo Barbosa)