Deputados Reginaldo Lopes e Sanderson divergem sobre inquérito das fake news

Parlamentares analisam as investigações no STF

 

Em entrevista à CNN, os deputados Reginaldo Lopes (PT) e Ubiratan Sanderson (PSL) divergiram sobre os desdobramentos das investigações do inquérito das fake news que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Para Sanderson, é necessário ter ‘justa causa’ para que a análise seja feita; Lopes discordou.

Primeiro a falar, Lopes, que também é autor do projeto que originou a Lei de Acesso à Informação, avaliou as investigações como positivas para a democracia brasileira.

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“Nós precisamos separar o que é liberdade de expressão e fake news. A utização de notícias falsas para alterar o quadro político do país ou a opinião da sociedade brasileira é extremamente prejudicial à qualquer projeto de nação. Não dá para democracia brasileira viver com uma fábrica de robôs tentando corromper a verdade”, afirmou. 

Sanderson, que é titular das Comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado – CSPCCO, concoRdou quanto à importância da transparência, entretanto, criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga a ação. Para ele, cabe ao Ministério Público acusar e à Polícia Federal investigar.
 
“A verdade e a transparência talvez sejam os binômios fundamentais à qualquer democracia que seja rígida, forte e consolidada como é o caso do Brasil. (…) Neste contexto, assinalamos algumas questões tanto na CPMI, quanto ao inquérito que tramita no STF, pois ambos, me parecem, que contam com falta de justa causa, sobretudo o inquérito que tramita no STF”

“Primeiro porque ele não foi instaurado por requisição ministerial ou do Procurador-Geral da República, mas sim por um ministro do Supremo; A indicação do ministro relator, que é quem preside essa investigação, não atendeu ao critério de distribuição aleatória e além da acusação caber ao Ministério Público e à Polícia Federal fazer a investigação”, completou Sanderson.

Lopes rebateu e disse ainda que a produção de notícias falsas  teve a autorização da PGR.

“De fato o inquérito iniciou no STF porque as ameaças feitas às instituições é muito grave para a democracia brasileira. De fato, naquele momento a PGR achava que tinha que arquivar e depois Aras autorizou a investigação. A partir do avanço das investigações, que de fato, esta máquina de produzir fake news, que o Brasil conhece como ‘Gabinete do Ódio’, atuou na campanha do presidente Jair Bolsonaro. Esse esquema funciona em algum lugar, à mando de alguém e alguém financia”, explicou. 

Sanderson respondeu dizendo que o próprio ‘Gabinete do Ódio’ já é uma fake news.. “Não há qualquer concretude nessa narrativa, há, sim, falações irresponsáveis e levianas de diversos atores políticos. “, concluiu.

(Edição de Luiz Raatz)

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