Investigadores diminuem relevância de vídeo de reunião nas apurações

"As gravações não têm nada de devastador! Apenas reações inflamadas acerca de fatos genéricos sem especificidades", disse uma fonte

Investigadores com acesso ao vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril exibido na manhã desta quarta-feira às partes envolvidas avaliaram à CNN não haver nele algo que mude o rumo das apurações até agora. 

“As gravações não têm nada de devastador! Apenas reações inflamadas acerca de fatos genéricos sem especificidades”, disse uma alta fonte envolvida na investigação sobre o vídeo da reunião ministerial. 

No vídeo, Bolsonaro cita perseguições à sua família no Rio de Janeiro, base eleitoral sua e de dois de seus filhos, o vereador Carlos e o senador Flávio. O presidente, porém, garantiu em fala à tarde na rampa do Planalto que em nenhum momento citou no vídeo a Superintendência do Rio e nem a PF na reunião.

Na reunião, segundo apurou a CNN, há falas agressivas de ministros a autoridades. O ministro da Educação, Abraham Weintraunb, defendeu que ministros do STF vão para a cadeia e a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu a prisão de prefeitos e governadores.  

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A avaliação, contudo, dentre os investigadores, é a de que o vídeo vai de encontro dos depoimentos prestados na segunda-feira (11) pelo ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo, pelo ex-superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, e pelo atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem. 

Segundo outra fonte, os depoimentos mostraram que “ficou clara a pressão pelo presidente Jair Bolsonaro pela substituição do comando da Polícia Federal e da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, mas não a vinculação ao que os substitutos nos postos fariam no comando desses cargos”.

Ainda assim, a avaliação é a de que só será possível uma análise conclusiva após todas as diligências serem feitas.   

Nesta terça-feira, estão sendo ouvidos os ministros-generais do Palácio do Planalto: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo). Mas a expectativa era a de que eles não dariam declarações que comprometessem o presidente.

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