Líder do governo na Câmara elogia nomeação de Pazuello e nega gabinete paralelo

À CNN, deputado Ricardo Barros afirmou que ex-ministro da Saúde fez 'um bom trabalho' no comando da pasta e elogiou sua nomeação em novo cargo no Planalto

O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, defendeu nesta terça-feira (2), em entrevista à CNN, a nomeação do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello como secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Um dos pivôs da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Pazuello foi alvo de críticas de parlamentares por sua gestão à frente da pasta e também pelo seu depoimento à comissão. Governistas que integram a CPI até mesmo admitem que seu indiciamento tornou-se uma questão de tempo, conforme informou a âncora da CNN Daniela Lima.

O general da ativa, que deve ser reconvocado pela CPI da Pandemia, responde também a um procedimento disciplinar no Exército por ter participado de um protesto em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sem ter solicitado autorização prévia. 

Para Barros, porém, Pazuello fez um “trabalho muito bom” como ministro e, por isso, merece voltar ao governo. “Não tenho nenhuma dúvida de que o ministro Pazuello, diante das dificuldades e da inovação da pandemia, da falta de uma direção certa, correta, ele fez o que ele pôde e entregou bem o ministério”, afirmou Barros à CNN.

“O ministro Pazuello com certeza fez um trabalho muito bom frente ao Ministério. Ele supriu todo o país de equipamentos de proteção individual, comprou 560 milhões de vacinas, deixou comprada antes de sua saída, conseguiu estruturar o combate à pandemia, dentro da sua especialidade.”

Gabinete paralelo

Questionado, Barros negou a existência de um gabinete de aconselhamento paralelo para a gestão do país no combate à pandemia de Covid-19, e afirmou que as decisões do governo são tomadas pelo presidente com base em análises técnicas dos ministérios e de seus técnicos.

“Todos que assessoram um presidente têm obrigação de consultá-lo quando são decisões estratégicas”, afirmou Barros. “Não existe essa ‘fantasiosidade’ que [um gabinete] influenciaria o governo. O presidente ouve a muitas pessoas, em especial na sua rede social”, complementou o parlamentar.

Na sessão desta terça-feira da CPI, a médica Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista, que defende o chamado “tratamento precoce” para a Covid-19, também foi questionada sobre um gabinete e afirmou desconhecer a existência de um aconselhamento paralelo ao presidente Jair Bolsonaro.

Ao responder o vice-presidente da comissão, proém, a médica afirmou que conhece o empresário Carlos Wizard e confirmou que, ao lado dele, formou um grupo de médicos para realizar discussões científicas.

Segundo ela, foi discutido a formação de um conselho científico voluntário, que hoje conta com 10 mil médicos voluntários pelo país. Ainda de acordo com a médica, tanto o presidente Jair Bolsonaro quanto o ex-assessor especial da Presidência Arthur Weintraub atenderam os especialistas. 

“A gente discutiu essa formação desse conselho científico independente sem ter vínculo com o Ministério da Saúde, sem vínculo oficial”, disse Nise.

Líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR)
Líder do governo federal na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) falou à CNN sobre a CPI da Pandemia
Foto: CNN Brasil (1.jun.2021)

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