Lula, Dilma e Haddad discutem coronavírus com lideranças latinas de esquerda
O chamado Grupo de Puebla fez uma avaliação da conjuntura da região diante da pandemia do novo coronavírus
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além dos ex-ministros Fernando Haddad, candidato do PT ao Palácio do Planalto em 2018, e Aloizio Mercadante participaram nesta sexta-feira (10) de uma teleconferência com lideranças políticas do campo da esquerda na América do Sul. O chamado Grupo de Puebla fez uma avaliação da conjuntura da região diante da pandemia do novo coronavírus.
O único chefe de governo a participar da reunião foi o argentino Alberto Fernández. Também fizeram parte da conversa os ex-presidentes Evo Morales (Bolívia), Rafael Corrêa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e José Luis Zapatero (Espanha) — embora seja parlamentarista, o chefe de governo espanhol também é chamado de presidente. A reunião ainda contou com o uruguaio Daniel Martínez, candidato derrotado à Presidência do país e o chileno Marco Ominami, entre outros.
A conversa ocorreu poucas horas antes de Fernández conceder uma entrevista coletiva em Buenos Aires. A Argentina vive em quarentena desde 20 de março, com restrição de circulação até este domingo de Páscoa. Até hoje, o país tem 1.894 casos confirmados e 79 mortes provocadas pela COVID-19.
O sucesso das políticas de Fernández no combate à COVID-19 é vista como potencial discurso para as esquerdas latino-americanas se posicionarem politicamente nas respostas dos países da região às consequências sociais e econômicas da pandemia.
No Brasil, em sua última manifestação pública, Lula afirmou a jornalistas da Associated Press que “a sociedade brasileira talvez não tenha paciência para esperar até 2022”, ao ser questionado sobre a atuação do presidente Jair Bolsonaro frente à pandemia. “A mesma sociedade que o elegeu tem o direito de destituir esse presidente quando perceber que ele não está fazendo o que prometeu. Um presidente que cometeu erros e está criando um desastre. Bolsonaro, neste momento, é um desastre.”
No entanto, o diretório nacional do PT decidiu, na noite de quinta-feira (9), não encampar um eventual pedido de impeachment de Bolsonaro, já adotado por outros partidos e movimentos de esquerda no país.
