Maia e Lira discutem solução para troca na liderança da maioria em jantar

Encontro se dá em meio a ameaça de siglas do Centrão de recuar do apoio à mudança

Com siglas do centrão ameaçando recuar do apoio à mudança na liderança da Maioria na Câmara, o líder do PP, deputado Arthur Lira, e o presidente da Casa, Rodrigo Maia, vão se reunir num jantar na noite desta quinta-feira, 6, para tentar chegar a um desfecho consensual para a crise que se instalou no bloco.

Lira e Wellington Roberto, líder do PL, capitanearam esforços para sacar Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) do posto e substituí-lo por Celso Sabino (PSDB-PA). Após assinar a lista apoiando a mudança, ao menos duas siglas sinalizaram que podem revisar sua posição: o PSL e o Republicanos.

Aguinaldo e Lira são do mesmo partido, mas os dois ambicionam se viabilizar como nome para suceder Rodrigo Maia e disputam espaço política na casa. Maia é próximo de Aguinaldo e não gostou da manobra para tirar visibilidade do deputado. 

PSL e Republicanos assinaram fisicamente o documento protocolado na terça-feira (4) para sacar Aguinaldo do posto. Mas o pedido foi indeferido por ter sido enviado por e-mail. Menos de 24 horas depois, os partidos resistem a endossar o novo requerimento que deve ser apresentado no sistema de registro interno da Câmara, como prevê o regimento.

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Embora Maia tenha manifestado a interlocutores resistência em oficializar a troca do aliado na função, do ponto de vista do centrão, líderes do bloco argumentam que Aguinaldo já não representa a vontade majoritária das siglas de centro na Casa e que a insistência em manter-se no cargo pode colocar em risco o trabalho dele como relator da reforma tributária. 

No cálculo de siglas como PP, PL e PSD, a troca pelo tucano Celso Sabino na Maioria também é movimento estratégico para o governo, já que, com a mudança, o Palácio do Planalto poderia contar com o apoio de ao menos dez integrantes da sigla que, oficialmente, tem uma relação de independência ao governo.

A ofensiva contra Ribeiro foi desencadeada apoia a saída de DEM e MDB do bloco de partidos de centro constituída inicialmente para a Comissão Mista de Orçamento e tem como pano de fundo as articulações para a presidência da Câmara no ano que vem, já que ele é visto como potencial candidato à sucessão de Maia.

 

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