‘O Rio está pegando fogo hoje’, diz Bolsonaro sobre decisão que afastou Witzel
Em pronunciamento, Witzel alegou inocência, disse que não existe "um papel" de prova contra ele e acusou a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo


Em rápido encontro com apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou as ações que levaram ao afastamento de Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (28).
“O Rio está pegando hoje. O Rio ta pegando fogo hoje, hein? Tá sabendo do Rio hoje?”, disse o presidente, que perguntou a um apoiador, aparentemente carioca: “Quem é teu governador?”. O homem respondeu: “É o Witzel”. Bolsonaro reagiu: “É…não está acompanhando aí”.
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Por uma decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Witzel foi afastado por 180 dias. Em pronunciamento, Witzel alegou inocência, disse que não existe “um papel” de prova contra ele e acusou a subprocuradora-geral da República, Lindora Araújo.
Na próxima quarta-feira (2), a decisão monocrática será analisada por uma corte especial do STJ, segundo o âncora Daniel Adjuto, da CNN.
Em meio ao afastamento, o vice-governador do RJ, Cláudio Castro, assumiu interinamente o governo. Aos 41 anos, ele é advogado, católico, autor de dois álbuns de música católica e o mais jovem vice-governador do RJ desde a redemocratização.
Existe a possibilidade, no entanto, de que o vice nem assuma, devido à situação complicada dele. O mesmo para André Ceciliano, o terceiro da fila. Nesse caso, quem poderá assumir é o presidente do TJ-RJ, como informa a analista de política Thais Arbex.
Segundo o colunista Igor Gadelha, da CNN, afirmou a parlamentares aliados que pretende se desfiliar do PSC e buscar uma aproximação com o presidente Bolsonaro, caso assuma definitivamente o governo do Estado.
Witzel também é alvo de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio, o que pode resultar na ascensão definitiva de Castro ao posto de governador. A expectativa é de que o processo seja acelerado após a operação desta sexta, ainda segundo Gadelha.
(Edição de texto: Luiz Raatz)