‘O senhor não vai me chamar de mentiroso’: as frases de Bolsonaro sobre Moro

Moro disse que Bolsonaro queria interferir na PF e saber de investigações; o presidente negou e afirmou que Moro condicionou troca na PF a vaga no STF.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um duro pronunciamento no fim da tarde de hoje (24) em resposta às acusações feitas por Sergio Moro ao pedir demissão do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Moro disse que Bolsonaro queria interferir politicamente na Polícia Federal e receber informações sobre investigações; o presidente negou interferência e afirmou que Moro condicionou a troca no comando da PF a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Veja abaixo as principais frases de Bolsonaro no pronunciamento, feito ao lado de seus ministros e outros aliados no Palácio do Planalto, em Brasília: 

“Confesso que ao longo do tempo, uma coisa é ter uma imagem e conhecer a pessoa, outra coisa é conviver com ela”. 

“Eu nunca pedi a ele [ao Sergio Moro] o andamento de qualquer processo.”

“Já que ele falou em alguma particularidades, mais uma vez o Sergio Moro disse: você pode trocar o [diretor-geral Maurício] Valeixo sim, em novembro, depois que o senhor me indicar para o Supremo Tribunal Federal”. 

“É desmoralizante para um Presidente ouvir isso. Mais, ainda, externalizar”. 

“Eu não tenho que pedir autorização para ninguém para trocar um diretor ou qualquer outro que esteja na pirâmide hierárquica do Poder Executivo”.

“A Polícia Federal se preocupou mais com Marielle do que com seu Chefe Supremo”.

“Fiquei sabendo através de vocês também [jornalistas] que a mãe da senhora Michelle cometeu um crime de falsidade ideológica. (…) Se coloca em público isso daí, para escrotizar, para dizer que ela não tem caráter”. 

“Uma coisa é ter uma imagem e conhecer a pessoa. Outra é conviver com ela”.

“Fiz um pedido à PF. Chego em Mossoró e interrogo o ex-sargento. Onde ele disse simplesmente o seguinte: ‘a minha filha nunca namorou o filho do presidente Bolsonaro’. Mas eu que tenho que correr atrás disso, ou a Polícia Federal?”.

“Eu conheço o Queiroz desde 1984. Veio trabalhar comigo e com meu filho, o que porventura ele faz, ele responde por seus atos. Por duas vezes, o Queiroz teve dívidas comigo, e ele me pagou com cheques”. 

“Nunca pedi para blindar ninguém da minha família”. 

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“A decisão dessas medidas coercitivas cabem aos respectivos governadores e prefeitos, assim decidiu o STF. E uma vez decidido, não questiono mais”. 

“O ministro infelizmente desamarmentista, dificuldades enormes com decretos,

“Aquilo que defendi durante a campanha, os ministros têm obrigação de estarem junto comigo. Caso contrário, não estão no governo.”

“Não tenho mágoa do Sr. Sergio Moro. Hoje, pela manhã, acredito que 7 ou 8 deputados tomaram café comigo e eles estão à vontade se quiserem falar ou não. Eu disse: ‘hoje vocês vão conhecer quem realmente não me quer na cadeira presidencial. Esse alguém não está no poder judiciário, nem está no parlamento brasileiro. Vocês vão conhecê-lo às 11h da manhã”. 

“Se ele quer ter independência ou autoridade, poderia ter sido candidato em 2018. Agora eu não posso conviver ou fica difícil a convivência com uma pessoa que pensa bastante diferente de você”. 

“Torci muito pra dar certo. Muito. Mas, infelizmente, ou felizmente, no dia de hoje, após essa conversa no dia de ontem, até fui sinalizado que ele compareceria na Presidência e seria bem recebido”. 

“Ele resolveu marcar uma coletiva e fez acusações infundadas que eu lamento”.

“Aqui tem ministro que panha todo dia, como o Abraham Weintraub”. 

“Meu compromisso é com o Brasil e com a democracia. Sempre dei plena liberdade aos meus ministros. Sempre mantive diálogos republicanos com todos os meus ministros, temos discordâncias e convergências, mas, em qualquer situação, mantive respeito a opinião de todos”. 

“Esperava, em conjunto, com sr ministro um nome para dirigir a instituição, ainda que, pela lei, seja uma prerrogativa exclusiva do presidente da República. Estou decepcionado e surpreso com o seu comportamento”.

“[Moro] preferiu uma coletiva de imprensa para comunicar sua demissão”. 

“Não são verdadeiras as insinuações de que eu desejaria saber sobre investigações em andamento. Nos quase 16 meses em que esteve à frente do Ministério da Justiça, o sr. Sergio Moro sabe que jamais lhe procurei para inteferir nas investigações que estavam sendo realizadas. A não ser aquelas, não via interferência, mas quase como uma súplica sobre o Adélio, o porteiro e o meu filho 04. “

“Sobre a exoneração do Valeixo, é prerrogativa do presidente a nomeação e exoneração do diretor-geral, bem como diversos cargos da administração direta. A exoneração ocorreu após uma conversa minha com o ministro da Justiça pela manhã de ontem. À noite, eu e o doutor Valeixo conversamos por telefone, e ele concordou com a exoneração a pedido. Desculpe, senhor ministro: o senhor não vai me chamar de mentiroso.”

“Não existe de possibilidade de interferência na Polícia Federal. Esta autonomia é inerente à instituição, independente de governo”. 

“O governo não pode perder sua autoridade por questões pessoais”. 

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