Onde estavam Bolsonaro e Mandetta quando coronavírus fez 1ª vítima no Brasil?
Presidente e ministro estavam fora do Brasil enquanto ministério da Saúde afirmava preparo para combater coronavírus


Era 23 de janeiro. Mas, somente nesta quinta-feira, o governo divulgou que uma mulher morreu naquela data vítima do novo vírus. De acordo com a Saúde, este foi o resultado de uma investigação retroativa de casos.
A demora em agir por parte do governo federal tem feito seus articuladores trocarem acusações. Enquanto a primeira vítima morria, o Ministério da Saúde já realizava, aqui no Brasil, entrevistas para a imprensa sobre o coronavírus. Na ocasião, o secretário executivo da pasta, João Gabbardo, estava como ministro em exercício e afirmava que o Brasil preparava sua rede de saúde para a nova doença.
“O Ministério da Saúde tem obrigação de esclarecer e não gerar pânico desnecessário na população e estamos trabalhando junto com as secretarias estaduais com essa finalidade. A nossa rede laboratorial está preparada para realizar os testes e fazer os diagnósticos”, afirmara.
Enquanto isso, Mandetta participava de debates sobre tuberculose, vacinas, novas doenças e obesidade infantil, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. “Apresentamos sempre a nossa visão de sistema de saúde, que hoje está na agenda global. Debatemos sobre o desenvolvimento de novas vacinas, que são importantes para doenças negligenciadas, como dengue, leishmaniose e esquistossomose, além de investimentos para complexos industriais nas Américas”, afirmou na ocasião.
A convite do governo indiano, no dia 23 de janeiro, Bolsonaro estava a caminho da Índia e fazia uma parada na Angola. O assunto da viagem foi agronegócio.
De acordo com a agenda presidencial, ele retornou para o Brasil no dia 28 mas coronavírus já estava na Índia. Uma estudante de medicina de 20 anos estava internada com sintomas da doença. Ela havia ido embora da China de volta a seu país, no dia 25, preocupada com os casos. Após exames, ela foi diagnosticada com a doença. O resultado positivo para o vírus foi oficialmente comunicado no dia 30 de janeiro. Atualmente, já há 2 mil casos da doença na Índia e mais de 50 mortes.