Para defesa de Moro, ex-diretor da PF rebate tese de baixa produtividade

"A Abin nunca reclamou de falta de relatório", disse o advogado Vitor Rossetim após o depoimento de Claudio Gomes, ex-diretor de inteligência da PF

O delegado Claudio Ferreira Gomes, ex-diretor de inteligência da Polícia Federal, refutou em depoimento a tese de que haveria baixa produtividade no setor, disse nesta terça-feira (19) Vitor Rossetim, advogado do ex-ministro Sergio Moro. As informações de Gomes rebateriam, segundo Rossetim, a tese do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que haveria falta de produtividade no setor de inteligência e, com isso, seria preciso fazer mudanças na corporação.  

“O depoimento do doutor Claudio foi extremamente positivo, ele pode esclarecer e refutar qualquer alegação em relação a uma suposta baixa produtividade na produção de relatórios de inteligência pela Polícia Federal”, disse Rossetim. “Ele explicou que quem faz a gestão de todo relatório de inteligência é a própria Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que é capitaneada e dirigida pelo próprio diretor Alexandre Ramagem. A Abin nunca reclamou de falta de relatório, de ausência de informações, de informações incompletas, como foi utilizado como argumento pelo presidente da República para se mover algumas peças na Polícia Federal”.

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Ainda de acordo com Rossetim, Gomes apresentou uma “extensa gama de documentos” que comprovariam a alta produtividade do setor de inteligência. 

“Ele trouxe um envelope com documentos que demonstram um papel muito ativo da PF, tudo a subsidiar seja o presidente, ou os ministérios. O doutor Claudio é um diretor muito experiente, ele tinha muita propriedade no que falava em produção de relatório de inteligência, então ele refutou qualquer probabilidade de baixa produção de relatórios, que poderia subsidiar um pedido de troca do diretor-geral”, disse o advogado.

Rossetim afirmou que Gomes não citou qualquer pedido específico vindo da Presidência ou de algum ministério. “Ele mesmo ressaltou que se houvesse um pedido específico, ele jamais iria fornecer”, disse. 

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