Paulo Guedes envia vídeo com mensagem de Páscoa
Vídeo mistura produções antigas e a música "Hear Me Now", do DJ Alok; "As coisas não estão fáceis, então basta você acreditar em mim", diz um dos versos


O ministro da Economia, Paulo Guedes, enviou um vídeo exclusivo na manhã deste domingo (12) à coluna. Ele afirmou ser uma mensagem alegre e de “Feliz Páscoa”. Ele não disse se a endereçava a alguma figura política. O video, porém, traz alguma mensagens que se conectam ao momento atual vivido em Brasília.
Ele traz imagens de filmes antigos ao som de “Hear Me Now”, música do DJ Alok que, em tradução livre, significa “Escute-me agora”. Cenas de produções como “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin, e “Cantando na Chuva”, estrelado por Gene Kelly, são intercaladas com trechos da música. Uma legenda sublinha: “As coisas não estão fáceis, então basta você acreditar em mim”; “Todas as luzes irão guiar o caminho se você me escutar agora” e “Não deixe as opções passarem, você nem sempre tem razão”, entre outros versos.
Guedes tem dito, desde o início da crise do novo coronavírus, que o país não deve abandonar a agenda de reformas.
O ministro da Economia está há dias em negociações com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e deputados sobre o projeto de ajuda a estados e municípios, que deve ser votado nesta segunda-feira, 13.
Guedes defende que o texto traga contrapartidas de governadores e prefeitos e compromisso com o controle das contas públicas no futuro.
Estimado pelo Ministério da Economia em R$ 160 bilhões, o pacote de ajuda aos estados e municípios envolve a suspensão do pagamento de dívidas, autorização para novos empréstimos e transferência de recursos. Maia diz que o valor é menor, de cerca de R$ 100 bilhões, e que a equipe econômica tenta boicotar o plano porque o governo não quer dar dinheiro aos governadores do Sudeste.
O Ministério da Economia pede que o aval para novos financiamentos seja retirado do texto e que a suspensão da cobrança de dívidas pela União ocorra só até o final de 2020.
Além disso, para a equipe econômica, a ajuda direta a governadores e prefeitos deve ficar em, no máximo, R$ 40 bilhões. Esse valor seria distribuído entre repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo Participação dos Municípios (FPM) e transferências feitas pelo Ministério da Saúde.
Guedes argumenta ainda que é essencial incluir alguma contrapartida. Ele sugeriu aos parlamentares que inserissem no texto o congelamento de salários de servidores por 24 meses. Em sua visão, o setor público precisa dar sua contribuição durante a crise.
Maia e líderes partidários não concordam. O deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), relator do projeto na Câmara, disse à coluna que já avisou ao Ministério da Economia que não é o momento de falar em contrapartidas. Ele explica que incluiu no texto “vedações”, como proibição para reajuste de salários e de concessão de benefícios fiscais por prefeitos e governadores enquanto durar o estado de calamidade.
Segundo ele, isso garante que os recursos recebidos serão canalizados para o enfrentamento ao novo coronavírus.
Apesar de não citar diretamente o Congresso no vídeo, o presidente da Câmara comentou o envio por parte do ministro. À coluna, afirmou: “Esperava do ministro da Economia uma mensagem séria e não um meme. Esperava uma mensagem de esperança e um plano consistente”.