Paulo Marinho pede que perícia só inclua mensagens a Flavio Bolsonaro e assessor
Segundo advogados, acesso aos dados "não significou autorização de devassa da vida pessoal"


O empresário Paulo Marinho enviou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que haja perícia do seu celular apenas das conversas com o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o coronel da reserva Miguel Ângelo Braga Grillo, assessor do parlamentar. Além disso, Marinho pediu que não sejam divulgadas quaisquer outras conversas que integrem sua intimidade e vida privada.
“Não estão abrangidas, por imposição constitucional, mensagens trocadas entre familiares e amigos”, disse a defesa de Marinho no pedido. “Ao autorizar que se tivesse acesso aos seus dados, tal não significou autorização de devassa da vida pessoal. O pedido se justifica pelo excesso de zelo, notadamente em razão das notícias veiculadas na mídia, está em curso verdadeira devassa ilegal em sua vida.”
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O empresário foi chamado a depor após dizer ao jornal Folha de S.Paulo que Flávio Bolsonaro teria sido avisado da Operação Furna da Onça com antecedência. Desdobramento da Lava Jato, a ação investigava corrupção e lavagem de dinheiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Flávio Bolsonaro não era um dos alvos, mas foi no âmbito dessa investigação que surgiu o nome de Fabrício Queiroz, ex-assessor suspeito de ter coordenado um esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual.
No dia 26 de maio, o empresário prestou novo depoimento sobre o suposto vazamento da operação para o senador. Desta vez, o depoimento integra o inquérito no STF sobre a acusação do ex-ministro Sergio Moro de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.