Por coronavírus, Lava Jato pede prisão domiciliar de ex-diretor da Dersa

A recomendação é de que Paulo Vieira de Souza seja monitorado eletronicamente com tornozeleira, "sustentando não ser o caso de soltura incondicionada"

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo pediu nesta terça (17) que a prisão do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza seja cumprida em domicílio por causa da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Ele está preso preventivamente no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

“Paulo Vieira tem mais de 70 anos e está preso preventivamente desde fevereiro de 2019. Diante disso, a Força-Tarefa Lava Jato de São Paulo requereu que ele seja colocado em prisão domiciliar, sujeito a monitoramento eletrônico com tornozeleira, sustentando não ser o caso de soltura incondicionada”, disse a força-tarefa em nota à imprensa.

Mais cedo hoje, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) recomendou a juízes e tribunais que revisem as prisões provisórias em todo o país como forma de conter a disseminação do novo coronavírus nas cadeias. Segundo números divulgados em junho de 2019 pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), naquele momento havia mais de 250 mil presos provisórios no país.

Paulo Vieira de Souza responde por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema que envolvia propinas pagas ao PSDB pela empreiteira Odebrecht. Ele já foi condenado em uma ação e segue réu em outras quatro. Ele está preso preventivamente em Curitiba desde março de 2019.

Nesta terça, a defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (MDB) também entrou nesta terça com um pedido para reverter a prisão do político em regime domiciliar por causa do novo coronavírus. Os advogados alegam que os agentes penitenciários têm amplo contato com o mundo externo e continuam trabalhando sem equipamento de proteção individual, como máscaras e luvas.

Outro argumento usado pela defesa é a idade do ex-governador, que tem 57 anos, e a “imunidade baixa devido ao cárcere”.

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