Militares preparam aceno à agenda ambiental
Eles discutem incluir em contrato a possibilidade de responsabilizar Ricardo Salles caso não haja cumprimento de meta de desmatamento
A provável vitória de Joe Biden e a Amazônia motivam uma guinada na gestão de Ricardo Salles frente ao Ministério do Meio Ambiente.
A CNN teve acesso a um documento de 62 páginas contendo todo o plano de ação dos militares para a Amazônia que foi apresentado a alguns ministros nessa semana, em Brasília.
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Há um claro e evidente aceno à agenda ambiental: o documento prevê, por exemplo, a ampliação de punições para incêndios e desmatamentos, o “cumprimento de metas globais, a expropriação de propriedades rurais que cometem crimes ambientais, a revisão de processos de regularização fundiária em andamento”.
Além disso: o presidente do Conselho da Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão, elabora o que os militares estão chamando de “contrato de objetivos” para ser apresentado ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Nele constará a meta de desmatamento do governo Bolsonaro, que seria retomar no curto prazo as taxas que o país teve entre 2016, no governo de Michel Temer (MDB), e 2019. Os militares discutem incluir nesse contrato de objetivos a possibilidade de responsabilizar o ministro caso não haja cumprimento.
Com isso, os militares indicam que a gestão da Amazônia é deles, e não de outros personagens, como o próprio ministro Ricardo Salles. Também há um forte aceno à agenda ambiental global.
