Militares preparam aceno à agenda ambiental

Eles discutem incluir em contrato a possibilidade de responsabilizar Ricardo Salles caso não haja cumprimento de meta de desmatamento

A provável vitória de Joe Biden e a Amazônia motivam uma guinada na gestão de Ricardo Salles frente ao Ministério do Meio Ambiente.

A CNN teve acesso a um documento de 62 páginas contendo todo o plano de ação dos militares para a Amazônia que foi apresentado a alguns ministros nessa semana, em Brasília.

Assista e leia também:
Trump não terá como vencer eleição nos EUA se perder na Geórgia e Pensilvânia
Eleições nos EUA: Para Joe Biden, estado da Pensilvânia é uma questão pessoal
Quando os Estados Unidos elegerão seu próximo presidente?

Há um claro e evidente aceno à agenda ambiental: o documento prevê, por exemplo, a ampliação de punições para incêndios e desmatamentos, o “cumprimento de metas globais, a expropriação de propriedades rurais que cometem crimes ambientais, a revisão de processos de regularização fundiária em andamento”.

Além disso: o presidente do Conselho da Amazônia, o vice-presidente Hamilton Mourão, elabora o que os militares estão chamando de “contrato de objetivos” para ser apresentado ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

Nele constará a meta de desmatamento do governo Bolsonaro, que seria retomar no curto prazo as taxas que o país teve entre 2016, no governo de Michel Temer (MDB), e 2019. Os militares discutem incluir nesse contrato de objetivos a possibilidade de responsabilizar o ministro caso não haja cumprimento. 

Com isso, os militares indicam que a gestão da Amazônia é deles, e não de outros personagens, como o próprio ministro Ricardo Salles. Também há um forte aceno à agenda ambiental global.

Área de garimpo ilegal na Amazônia, no Alto Tapajós (PA)
Área de garimpo ilegal na Amazônia, no Alto Tapajós (PA)
Foto: CNN (5.ago.2020)

 

Tópicos