Presidente do PSOL e líder do governo na Câmara debatem atos contra Bolsonaro

Nesta sexta-feira, o presidente voltou a criticar manifestações contra ele, chamando de 'marginais e terroristas' possíveis participantes dos atos

No Debate 360 desta sexta-feira (5), Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL, e o deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo na Câmara dos Deputados, falaram sobre as manifestações contra o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) que estão marcadas para este fim de semana. 

Vitor Hugo falou que a preocupação do governo não é com uma oposição. “O maior problema é que o que vimos na manifestação no domingo passado por parte dos ‘antifas’ foi uma manifestação completamente desordenada, violenta e com características até terroristas, onde agrediram policiais e destruíram viaturas, patrimônio público e privado. Esse é o grande problema desse tipo de manifestação”, disse.

Por outro lado, o presidente do PSOL afirmou que atos são democráticos e que “o debate em torno de eventuais excessos, que até agora não aconteceram objetivamente, é uma cortina de fumaça de um governo que até agora não mostrou a que veio”. Medeiros ainda considerou como um “verdadeiro desastre” a atuação do governo federal diante da pandemia do novo coronavírus.

No último domingo (31), atos de apoiadores e opositores ocorreram simultaneamente na Avenida Paulista, em São Paulo, o que terminou em tumulto e enfrentamento com policiais.

Hoje, o presidente Bolsonaro voltou a criticar manifestações contra ele, chamando de marginais e terroristas possíveis participantes dos atos.

“Geralmente são marginais, terroristas, maconheiros, desocupados que não sabem o que é economia, o que é trabalhar para ganhar o seu pão de cada dia”, afirmou o presidente. “E querem quebrar o Brasil em nome de uma democracia que eles nunca souberam o que é e nunca zelaram por ela.”

Medeiros também disse que o governo não consegue enfrentar os problemas do país e, por isso, “busca usar a manifestação legítima das forças de oposição e dos movimentos sociais para se esconder”.

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“O que deveríamos estar debatendo é o que leva as pessoas, no meio a uma pandemia, a tomar as ruas em um momento tão grave da história política brasileira. Pessoas que, apesar de reconhecerem a gravidade do momento e a crise sanitária em que vivemos, ainda assim vão se manifestar”, falou.

Ao rebater, Vitor Hugo disse que “parte da miséria que o governo Bolsonaro enfrenta desde que assumimos foi construída por vocês [PSOL]”.

“Vocês [PSOL] que gravitam em torno do PT [Partido dos Trabalhadores], que apoiaram esse governo, deveriam ter vergonha”, pontuou.

Medeiros então falou que se o governo fosse tão bom os índices de aprovação não estariam “despencando semana após semana”.

“O governo hoje, segundo ele, tem cerca de 25% de apoio e a última pesquisa da XP Investimentos [mostrou que] 50% dos brasileiros consideram o governo péssimo e ruim. [Isso] porque o povo brasileiro não está encontrando essas 600 maravilhas que seu governo promoveu. É porque elas não existem”.

O presidente do PSOL disse ainda que o governo atual “odeia os mais pobres e por isso tenta estrangular as medidas que podem fazer chegar a quem mais precisa os recursos necessários” e citou o veto de R$ 8,6 bilhões para ações contra o novo coronavírus e os R$ 83,9 milhões retirados do orçamento do programa Bolsa Família.

Segundo Vitor Hugo, “esses R$ 8 bilhões desrespeita a uma questão constitucional”.

“Existem leis e a constituição que tratam de questões orçamentarias, precisam ser respeitadas e o nosso presidente vetou simplesmente por isso”.

Com relação à suspenção do repasse de R$ 83 milhões ao Bolsa Família, o líder do governo na Câmara falou que o programa “custa R$ 2,5 bilhões por mês. O nosso programa de auxílio emergencial [devido a crise da Covid-19] custa R$ 50 bilhões e 95% das pessoas que recebem o Bolsa Família preferiram receber os R$ 600”.

(Edição: André Rigue)

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