Presidente tem me apoiado nos programas econômicos, diz Guedes
Ministro da Economia afirma em conversa virtual com lideranças do setor varejista que segue com a 'mesma energia e determinação' para obter resultados


O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, nesta quarta-feira (29), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para seguir com os programas liberais da sua pasta.
“Estou absolutamente igual (a antes da crise). Sigo com a mesma energia e determinação para obter os melhores resultados, o presidente tem me apoiado nos programas. As hipóteses que eu trabalho têm se mantido”, disse Guedes em conversa virtual com lideranças do setor varejista.
Em apoio a Bolsonaro, ele criticou o relacionamento da imprensa com o presidente e reforçou que o presidente “tem vontade de acertar”. “A mídia tem que ver o outro lado do presidente, e o presidente também tem que ver outro lado da mídia que tem apoiado as reformas econômicas”, argumentou.
Sobre a contração econômica esperada para este ano, o ministro destacou que dos 6% esperado por alguns analistas do mercado financeiro, 2% seriam decorrentes do choque externo.
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Para ele, no entanto, essa parcela ainda não apareceu para a economia brasileira, visto que a queda nas exportações para Estados Unidos, Argentina e Europa teriam sido compensadas pela maior venda de produtos do agronegócio brasileiro para a Ásia. “O Brasil não teve as vantagens de integração da cadeia produtiva global mas também não está tendo a desvantagem”, observou.
Ajuda a estados
O ministro voltou a comentar sobre o projeto de auxílio da União a estados e municípios. Segundo ele, serão cerca de R$ 120 bilhões a R$ 130 bilhões em recursos para os entes. Ele ainda acredita que o texto, cujo relator é o próprio presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sairá nos próximos dias.
Guedes destacou que a proposta trará, com apoio de Alcolumbre, o congelamento dos salários do funcionalismo por 18 meses como contrapartida.
“Se vamos mandar R$ 120 [bilhões], R$ 130 bilhões em alta velocidade para estados e municípios, esse dinheiro não pode virar aumento de salário. É uma garantia de que os recursos serão usados para a saúde”, argumentou.
No entanto, ele observou que os funcionários da linha de frente, “que estão na rua lutando pelos brasileiros”, serão exceções para essa regra.
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Retomada econômica
Na avaliação do ministro o “caminho de prosperidade” para a retomada econômica é pelas reformas estruturantes, que vão incentivar os investimentos privados.
“Não é cavando um buraco mais fundo em um governo que já estava quebrado”, afirmou após criticar o aumento de investimentos públicos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), realizado pelo PT.
“A retomada do crescimento virá pelo investimento privado. O caminho do investimento público, o PAC, já foi seguido e já deu errado. Se cavamos um buraco, foi para o fundo do poço, através dessas obras públicas indiscriminadas. A solução para sair do buraco não pode ser cavar mais fundo, repetir a mesma estratégia, fazer um novo PAC”, argumentou.