Senador repudia ‘ataque’ à PF e diz que órgão é ‘pilar de combate à corrupção’
Alessandro Vieira (PPS-SE) também avaliou cenário de possível saída do ministro Sergio Moro da pasta da Justiça


Em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (24), o senador Alessandro Vieira (PPS), que é delegado da Polícia Civil de Sergipe e vice-líder do partido Cidadania no Senado, analisou o cenário de troca de comando da cúpula e repudiou ataque à Polícia Federal após a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral do órgão.
“Toda troca que acontece no comando de uma polícia por motivos que não são técnicos é extremamente negativo. A PF é um pilar hoje que combate a corrupção no país e as mudanças não parecem ser para melhorar, muito pelo contrário, o objetivo parece ser de controlar a PF. Já tentaram fazer isso no passado, não funcionou e espero que não funcione agora pois o Brasil precisa de uma polícia técnica e independente.”
Questionado sobre a autonomia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de promover mudanças e de que maneira pode afetar a estrutura da corporação, o delegado foi incisivo. “Prejudica muito o nosso trabalho, você interrompe um ciclo de conhecimentos que está acumulado e que se perde durante a transição e você tem a interferência política na polícia, isso é muito negativo”
Sobre o tweet feito em sua rede social criticando a decisão de Bolsonaro e defendendo a Polícia Federal, o senador diz que é uma ‘vergonha enganar a população. “Você dizer para a população que vai combater a corrupção, que vai mudar a forma de fazer política, mudar a forma de composição técnica do seu governo e passar a abraçar o que você tem de mais atrasado [parlamentares de outros governos] no Congresso Nacional e que gera prejuízo para a população”, explica.
Alessandro também afirmou que tentar retardar o trabalho da corporação é uma forma de ‘favorecer bandidos’ e que mesmo com todas as mudanças, as informações precisas sempre chegam para a população e que o ataque à PF não deve ser continuado. O senador elogiou o trabalho do ministro Sergio Moro e disse que para fazer prosperar esse novo acordo entre o governo federal e os parlamentares do centrão ‘certamente você não pode ter o combate à corrupção ativo’.