Disseminação do novo coronavírus está desacelerando, diz médico infectologista
“Primeiro você tem um boom de infectados, depois os números vão diminuindo", disse Renato Kfouri, da Sociedade Brasileira de Imunizações


Apesar da descoberta de variação do novo coronavírus e da confirmação de um terceiro infectado pela doença no Brasil, a epidemia está desacelerando, diz Renato Kfouri, médico infectologista e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Em entrevista para a CNN Brasil, o médico explica que a doença está passando por processo de arrefecimento similar ao de outras epidemias, como o zika vírus.
“O número de pessoas atingidas já é muito grande. Temos só em Wuhan cerca de 80 milhões de pessoas que entraram em contato com o vírus e tiveram nenhum ou poucos sintomas da doença. Isso esgota o número de pessoas suscetíveis, então quando chega alguém doente, não tem quem contaminar, assim que terminam as grandes epidemias”, diz Kfouri. “O zika é um evento clássico. Todo mundo no Nordeste pegou e depois a doença desapareceu. O mesmo aconteceu na Polinésia”.
“Primeiro você tem um boom de infectados, depois os números vão diminuindo. É o que acontece hoje, quando registramos mundialmente pouco mais de 100 casos por dia. Antes eram milhares”.
Ele também minimiza a descoberta de cientistas chineses sobre uma variação do novo coronavírus, e diz que é reação dos organismos.
“A mutação de vírus é algo natural, especialmente quando ele viaja o mundo, invarialmente acabar sofrendo alterações. Essas variações só serão importantes na hora de produzir a vacina da doença”.