Ansiedade, solidão e tratamentos: especialistas tiram dúvidas sobre a COVID-19
CNN convidou quatro médicos de diferentes áreas para responder questões diversas sobre o novo coronavírus


Mesmo testando negativo para COVID-19, tenho que me afastar dos meus avós? Como é feito o tratamento do coronavírus? Em meio a tantas dúvidas sobre a pandemia que tem impactado o mundo todo, CNN convidou, neste sábado (18), quatro médicos de diferentes áreas para explicar as principais indagações sobre a doença.
De ansiedade a isolamento, passando por tratamentos e como ajudar idosos nessa fase, os médicos Fernanda Viana (cardiologista pediátrica), Ralcyon Teixeira (infectologista), Maria Elisa Manso (gerontologista) e Márcio Soeiro de Souza (psiquiatra) responderam perguntas enviadas pelos telespectadores nas redes sociais com a hashtag #CNNTodosJuntos.
Veja abaixo os principais tópicos comentados especialistas.
Ansiedade
“Há um consenso entre os profissionais da saúde da área mental de que estamos vivendo uma pandemia paralela: o aumento muito expressivo dos transtornos mentais. Um desses sintomas que tem aumentado muito são os fóbico-ansiosos. Visto que não sabemos a duração da pandemia nem das medidas de contenção, pode levar a uma cronicidade maior [da ansiedade], levando as pessoas a desenvolveram depressão”, disse o psiquiatra Márcio Soeiro de Souza.
Asmáticos
Pessoas com asma temem confundir os sintomas de uma crise corriqueira com os do novo coronavírus. Segundo o infectologista Ralcyon Teixeira, é preciso redobrar a atenção nos casos de sintomas incomuns ao de crises asmáticas. “Se estiver isolada em casa e ver que as crises são parecidas com a que já costuma ter, a pessoa pode fazer uso dos medicamentos habituais que já tem. Mas se vir que é algo diferente do que costuma ter, que está mais cansado, com dores no corpo, então deve buscar serviço médico para ser avaliado”, completou.
Isolamento de idosos
“Hoje temos vários idosos que são ativos, moram sozinho e que tem sua vida normal. Não é pelo fato de ter mais de 60 anos que a vida muda. O isolamento social para os idosos segue as mesmas regras do que para as outras faixas etárias. A sugestão é conversar com os amigos e família remotamente, de forma online. Mesmo sendo assintomáticos, as estatísticas mostram que ainda não chegamos no pico da pandemia. Furar agora o isolamento não seria o mais adequado”, explicou a gerontologista Maria Elisa Manso.
Isolamento de crianças
Diferente dos idosos, as crianças não fazem parte do grupo de risco, mas a cardiologista pediátrica Fernanda Viana ressaltou a importância de mantê-las isoladas dentro de casa por causa do risco de transmitirem a doença. “As crianças são um grupo diferenciado e o que vimos nos estudos dos outros países é que quando elas têm a doença, a manifestação é mais leve. Mas apesar de serem assintomáticas ou terem sintomas mais leves, elas são transmissoras [da COVID-19], elas têm a mesma capacidade de transmissão das demais pessoas.”
O inverno vai aumentar os casos de COVID-19?
Enquanto países da Europa e até nos Estados Unidos a chegada do verão traz a expectativa da redução dos casos da COVID-19, no Brasil a situação é diferente. Segundo Maria Elisa Manso, o inverno no Hemisfério Sul acende alerta para maior incidência da doença. “Estamos em momento de penetração tanto do coronavírus quanto da influenza (gripe comum), então na época fria do ano teremos esses dois vírus circulantes. Se acredita que conforme ocorra o frio isso pode auxliar na propagação do vírus.”
Ocupar a mente durante o isolamento
O psiquiatra Márcio Soeiro de Souza ressaltou que é necessário criar uma rotina para o período de isolamento social, como forma de prevenir a ansiedade e a depressão. “É muito importante seguir horários para acordar, para se alimentar, para se exercitar. Os casos que vejo de aumento de ansiedade são em pessoas que, após verem sua rotina normal desaparecer, acabam ficando desestruturadas em como organizar o dia a dia”, disse.
Souza também recomendou a distração com demais atividades que afastem os pensamentos das notícias sobre o novo coronavírus. “Ingiram informações de forma equilibrada para o seu cérebro, alimente-o com diversidade de notícias. Se necessário, procure ajude, a ajuda à saúde mental está mais disponível do que nunca.”