Após redução de internações, governo do AM desativa hospital de referência

Hospital da Universidade Nilton Lins manterá somente a ala destinada a pacientes indígenas. Equipamentos da parte desativada vão para unidades da rede estadual

A redução de casos de Covid-19 e de óbitos em Manaus levou o governo do Amazonas a desativar, nesta segunda-feira (6), o hospital de referência na Universidade Nilton Lins. Inaugurado no auge da crise da pandemia na capital, o local foi aberto para desafogar as demais unidades de saúde. A estrutura manterá somente a ala destinada a pacientes indígenas.

O hospital foi aberto no dia 18 de abril e contou com 148 leitos, sendo 40 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 108 leitos clínicos. Destes, 59 são leitos da ala montada para o atendimento exclusivo de indígenas. A estrutura de equipamentos da parte desativada será redistribuída nas unidades da rede estadual de saúde.

Parte da estrutura de uma universidade particular, a unidade foi alugada por 90 dias, com aluguel mensal de R$ 866 mil. Três dias antes da inauguração, o juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública, Cezar Luiz Bandiera, suspendeu o contrato de aluguel ao acatar ação popular que alertava para capacidade ociosa no Hospital Delphina Aziz, então local de referência no atendimento à pandemia no Amazonas.

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Uma das pacientes atendidas pela unidade de saúde foi Alzenira Mendonça da Rocha, de 58 anos. Ela ficou dois dias no Serviço de Pronto Atendimento do bairro Alvorada, onde chegou a ser liberada, mas retornou após piora. Em seguida, ela foi conduzida ao Nilton Lins, onde ficou 25 dias até receber a alta médica definitiva. Acompanhante de Alzenira, o filho, André Silva, de 39 anos, lembra que houve demora na organização.

“Logo no começo, estava meio bagunçado, aí foi melhorando. Minha mãe me falou que foi muito bem atendida. Ficou a desejar algumas coisas, tipo o resultado, que no começo não falavam nada, mas depois começaram a dar o boletim normal. Não foi mil maravilhas, mas graças a Deus ela venceu”, relatou André.

O governo do Amazonas recorreu ao Tribunal de Justiça do Amazonas, que derrubou a decisão no dia seguinte. O argumento era que faltavam recursos humanos e estrutura, como parte elétrica, informática e serviços meios, como hotelaria, nutrição e segurança.

Queda e reabertura

Segundo o último boletim da Fundação de Vigilância Sanitária, referente ao dia 4 de julho, o Amazonas acumulava 75.945 casos confirmados de Covid-19, com 2.918 óbitos. O documento aponta que a taxa de ocupação total das UTIs está em 64%, sendo 45% somente com casos confirmados da doença.

A redução de óbitos e da ocupação de leitos motivou o quarto ciclo de reabertura das atividades não essenciais no estado, nesta segunda (6), com a volta de creches, escolas, universidades e até bares.

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