Após suspensão do Albert Einstein, Nise Yamaguchi nega antissemitismo
Nota manifesta um "pedido de desculpas por expressões outras e interpretações errôneas sobre assuntos sensíveis ao grande sofrimento judaico"


A médica Nise Yamaguchi divulgou no sábado (11), por meio de sua assessoria jurídica, uma nota em que fala sobre as acusações de antissemitismo que recebeu. O texto manifesta um “pedido de desculpas por expressões outras e interpretações errôneas sobre assuntos sensíveis ao grande sofrimento judaico”.
Argumenta ainda que “é cristalino o entendimento de que nunca foi ela antissemita, ao contrário, expressa verdadeira e irrestrita admiração ao conhecimento e toda a contribuição que o povo judeu deu ao planeta, quer por suas percepções científicas, quer pela sua convivência mais íntima”.
O Hospital Israelita Albert Einstein informou também no sábado que suspendeu a médica e que vai averiguar uma fala dela para verificar se houve “manifestação de desapreço motivada por algum conflito”.
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Segundo o hospital, Nise Yamaguchi, em entrevista recente, fez uma analogia “infeliz e infundada” entre o pânico provocado pela pandemia e a postura de vítimas do holocausto ao perguntar: “Você acha que alguns poucos militares nazistas conseguiriam controlar aquela massa de rebanho de judeus famintos se não os submetessem diariamente a humilhações?”
O hospital israelita disse que resolveu averiguar a fala por se tratar de uma manifestação “insólita.” Por nota, a instituição disse que não esperava que o fato viesse a público. Nise chegou a afirmar, na última sexta (10), que foi afastada por defender o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. Nise ganhou notoriedade ao defender publicamente o uso da hidroxicloroquina para o tratamento contra o coronavírus.