Conexão CNN: Plano de vacinação trouxe avanços, mas ainda há problemas

Inclusão da população carcerária e imunização de todos os profissionais da educação foram celebrados, mas falta uma data concreta e saber qual vacina será usada

No quadro Conexão CNN desta quinta-feira (17), na CNN Rádio, Thais Arbex, Iuri Pitta e Leandro Resende falam sobre os avanços e os problemas do Plano Nacional de Imunização (PNI), apresentado na véspera pelo governo federal.

“Conversei com um pesquisador Fiocruz que participou da reunião com o governo e ele destacou dois pontos: a inclusão da população carcerária e a ideia de vacinar prioritariamente todos os profissionais da educação – e não só professores”, disse Resende.

“Mas tem problemas. Mais uma vez o ministro [da Saúde, Eduardo] Pazuello deu uma data, falou em meados de fevereiro, mas na prática o que estamos vendo é o governo não ter, de forma consistente, uma data de quando as pessoas vão ser vacinadas”, completou.

Ele deu como exemplos o Reino Unido e os EUA, que assinaram em julho acordo para compra de dezenas de milhões de doses do imunizante da Pfizer. “Aqui, temos um memorando, um protocolo de intenções formalizado há poucas semanas para a compra de 2 milhões de vacinas.”

Já Arbex ressaltou o fato de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter diminuído o tom e adotado uma postura mais conciliadora durante a apresentação do PNI.

“O presidente Bolsonaro diminuiu um pouco o tom ontem e isso se dá muito pela presença de alguns governadores no evento, como Helder Barbalho, do Pará, e Wellington Dias, do Piauí”, disse.

“Ele fez um aceno porque percebeu que estava ficando um pouco isolado nesta questão da vacina”, completou.

Ela também citou como positivo a inclusão da população carcerária como grupo prioritário para vacinação, algo que não constava na cópia do plano entregue pelo governo ao Supremo Tribunal Federal (STF), no sábado (12).

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Por fim, Pitta afirmou que, na apresentação do PNI, o Ministério da Saúde fez o que se esperava dele: exerceu seu papel de coordenação.

“Ainda que o ministro Pazuello, ao falar não entender a angústia e ansiedade da sociedade, tenha mostrado descolamento [da realidade]”, afirmou.

Ele avaliou, no entanto, que apesar dos avanços ainda é buracos importantes no PNI, como a falta de uma data concreta e, principalmente, a incerteza de qual vacina será usada pelo governo.

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