Correspondente Médico: Como o corpo se adapta à mudança de altitude?

Fernando Gomes analisou o impacto da altitude no cérebro

Jogadores passando mal à beira do campo e pedindo para serem substituídos e utilização de cilindros de oxigênio. Estes são alguns dos efeitos da variação de altitude em atletas e também em pessoas que visitam estes locais. 

Na edição desta quinta-feira (17) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou quais são os efeitos da altitude durante um jogo de futebol e como o corpo se adapta à esta mudança. O médico também avaliou se há danos desta variação à saúde. 

“O nosso corpo físico precisa de oxigênio e da glicose, independente da altitude que você estiver. Nós sabemos que, no nível do mar, nós temos uma quantidade de oxigênio muito mais disponível do que quando estamos em cima de uma montanha”, iniciou.

Leia também:

Ex-campeão mundial de surfe, Mineirinho anuncia aposentadoria

Correspondente Médico: Como o corpo se adapta à mudança de altitude?
Correspondente Médico: Como o corpo se adapta à mudança de altitude?
Foto: Reprodução/CNN

Em altas altitudes o ar é mais rarefeito e para conseguir oferecer oxigênio para o cérebro, os vasos sanguíneos dilatam, o que pode provocar dor de cabeça, náusea, tontura e diminuição da performance.

“Para conseguir oferecer este oxigênio nesta situação, o próprio organismo abre mão de alguns artifícios biológicos que temos. Um deles são os vasos sanguíneos que dilatam para levar mais sangue e, consequentemente, oferecer o mesmo nível de oxigênio que o corpo pede. Mas nesta situação, quando há dilatação, aumentamos a pressão intracraniana, o que justifica as dores de cabeça, por exemplo”, disse.

De acordo com o médico, os efeitos da altitude são percebidos imediatamente. “Quando você desembarca do avião já começa a sentir a diferença quase que imediata”, afirmou. 

E completou: “A orientação básica nestes casos é evitar esforços físicos, não tomar água e comer em excesso nos primeiros dias. O seu corpo precisa se adaptar e as próprias hemácias sofrem modificações nestes locais. Com o decorrer do tempo a produção destas cédulas aumenta e se adapta com maior facilidade”.

Fernando Gomes também explicou o que é uma pré-disposição genética causada pela altitude e como ela pode afetar a saúde.

“São distúrbios genéticos que comprometem as hemácias, que fazem esta transição em relação ao oxigênio. Se há este diagnóstico, quando você oferece uma situação de estresse, ela pode sofrer alterações e podem se danificar gerando trombose e até mesmo anemia”, finalizou o médico.

(Edição: André Rigue)

Tópicos