Correspondente médico: Como trabalha o cérebro de uma pessoa criativa
Neurocirurgião Fernando Gomes fala da morte do arquiteto Paulo Mendes Rocha e diz que pessoas com a genética criativa precisam se aliar ao treino e à prática


Na edição desta segunda-feira (24) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes repercute a morte do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, que ocorreu no domingo (23), e explica como funciona o cérebro de uma pessoa que trabalha com a criação.
Segundo o neurocirurgião, há três circuitos neurais relacionados com a capacidade de criar: “Você tem um modo padrão de funcionamento, uma função executiva — que é aquele momento que depois que você teve a ideia, você começa a estabelecer métodos, fórmulas e estratégias para colocá-la em prática –, e você tem um outro circuito que gerencia as duas. Pessoas que são mais criativas geralmente têm estes três circuitos mais ativos.”
Dessa forma, com a ação conjunta deste sistema, de acordo com a análise do médico, pessoas criativas acabam encontrando soluções consideradas mais inovadoras e geniais.
No entanto, Gomes afirma que não adianta alguém apenas nascer com estas características, ela precisa ser estimulada e praticar para manter sua capacidade de criação ao longo da vida.
“A pessoa tem uma tendência genética para ter essa criatividade além da conta, mas o treino é extremamente importante. Muitas vezes, uma pessoa que teve a possibilidade de se dedicar por gosto mesmo, à arquitetura, por exemplo, tem como manifestar no mundo físico a sua genialidade e criatividade. Ao passo que uma pessoa que não se dedicou ou não teve oportunidade, terá uma genialidade escondida.”
Natural de Vitória, no Espírito Santo, Paulo Mendes da Rocha tinha 92 anos e ganhou em 2006 o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial. A causa da morte não foi informada.