Correspondente Médico: Qual a relação entre a falta de vitamina D e a Covid-19?
Estudo indica que pessoas com deficiência de vitamina D poderiam estar 1.77 vezes mais suscetíveis a serem infectadas pelo coronavírus
Pesquisadores seguem em busca de respostas que auxiliem no combate ao novo coronavírus. Entre os estudos mais recentes, uma novidade: a vitamina D pode ajudar a prevenir a doença.
No entanto, pacientes que têm deficiência de vitamina D, produzida principalmente por meio da exposição solar, poderiam estar 1.77 vezes mais suscetíveis a serem infectados pela Covid-19 do que entre pacientes com quantidade suficiente da mesma vitamina.
A constatação foi identificada em um estudo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Medicina da Universidade de Chicago, publicado na revista médica JAMA, nesta quinta-feira (3).
Na edição desta sexta-feira (4) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes analisou o estudo e explicou qual a relação da vitamina D com a Covid-19. Além disso, ele listou quais são os principais problemas ligados à deficiência da vitamina no organismo.
“Este estudo traz uma reflexão referente ao estilo de vida que nós temos. É necessário ter um estilo de vida saudável sempre e com imunidade em alta. Estas pessoas [que apresentaram níveis de deficiência da vitamina] mostraram um ponto de vulnerabilidade. Talvez, se elas tivessem com a taxa de vitamina nos níveis esperados, estariam melhor imunizadas e não teriam desenvolvido o quadro da Covid-19”, avaliou.
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Na avaliação do médico, existe uma série de possibilidades, fatores de riscos, benefícios e proteção dentro da biologia do corpo humano. Por isso não é possível afirmar que nível normal de vitamina D, devido à luz solar, previne o vírus.
“Caso não tivéssemos esta gama de possibilidades, provavelmente pessoas que moram perto da Linha do Equador, regiões tipicamente mais ensolaradas, não teriam contato com o vírus. Com o nível normal [de vitamina], você vai ter o sistema imunológico auxiliando neste processo de proteção”, disse.
A carência de vitamina D não é um alerta apenas para o novo coronavírus. De acordo com o Ministério da Saúde, a falta dela pode desencadear problemas musculoesqueléticos, como raquitismo, osteoporose, além do aumento de ocorrência de infecções.
Aproximadamente 80% da necessidade diária pode ser adquirida pela exposição diária ao sol, e 20% pela ingestão alimentar. São fonte de vitamina D alimentos de origem animal, como leite e seus derivados (queijo, iogurte), além de fígado e peixes de águas profundas como salmão e atum.
“Doenças infecciosas merecem um paciente que tem as taxas de vitamina D em níveis adequados. Deste modo, o sistema imunológico funcionará de forma adequada”, conclui.
(Edição: André Rigue)