Covid-19: Alemanha compra 23% de empresa e libera teste de vacina em humanos
Grupo de biotecnologia CureVac se tornará o segundo a realizar testes experimental em humanos no país


A empresa de biotecnologia CureVac se tornará a segunda a realizar testes de uma vacina experimental contra coronavírus em humanos na Alemanha, disseram duas pessoas conhecedoras dos planos à Reuters nesta terça-feira (16).
O teste clínico, que será anunciado na quarta-feira (17), é o segundo a ser aprovado pelo Instituto Paul Ehrlich, a agência reguladora alemã – um teste da BioNTech foi iniciado em abril.
A CureVac e o Instituto Paul Ehrlich não quiseram comentar.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lista 11 vacinas experimentais contra coronavírus sendo testadas em humanos atualmente, de acordo com uma tabela publicada em seu site.
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Na segunda-feira (15), o governo alemão revelou um acordo para receber uma participação de 23% na CureVac em troca de uma injeção de 300 milhões de euros.
Mais tarde no mesmo dia, um documento do Ministério das Finanças visto pela Reuters mostrou que a empresa controlada por Dietmar Hopp, cofundador da empresa de software SAP, planeja uma oferta pública inicial nos Estados Unidos no mês que vem.
Na semana passada, a Alemanha e países parceiros da União Europeia prometeram recursos para a produção de uma vacina experimental sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, dizendo que precisam apostar em várias outras candidatas.
Reino Unido e Estados Unidos já assumiram compromissos para garantir centenas de milhões de doses da vacina da AstraZeneca, que se baseia na chamada tecnologia de vetor viral, e desenvolvedores de todo o mundo se preparam para começar a fabricar antes mesmo de saber se suas candidatas passarão pelos testes.
Reportagens de março segundo as quais os Estados Unidos tentaram ter acesso à CureVac ou sua vacina provocaram uma reação política na Alemanha, onde membros do governo pediram que ela continue sendo de propriedade alemã.
A administração da CureVac nega ter recebido ofertas dos Estados Unidos.
A empresa, que tem sede em Tuebingen e é apoiada pela Fundação Bill & Melinda Gates, está usando a abordagem conhecida como RNA mensageiro, como a BioNTech e sua parceira Pfizer, além da Moderna.
A Translate Bio e sua parceira Sanofi também estão trabalhando em uma vacina de RNA mensageiro contra o coronavírus.