Covid-19: Médico diz que RJ é o estado mais preocupante em possível 2ª onda

Infectologista Julio Croda diz que Brasil está mais preparado, mas que estado fluminense merece atenção por conta dos problemas estruturais na área da saúde

Enquanto países europeus registram aumento no número de casos e mortes por Covid-19, a situação do Brasil está mais estabilizada. A avaliação é do infectologista Julio Croda, pesquisador da Fiocruz. Em entrevista à CNN, ele afirmou que o estado do Rio de Janeiro é o mais preocupante em relação à uma eventual segunda onda da pandemia.

“O caso do Rio é especialmente preocupante porque não acho que eles estão se preparando adequadamente para a segunda onda, assim como a população também não tem uma adesão adequada [às medidas preventivas]”, apontou.

Desde o início do isolamento social, o governo do Rio de Janeiro teve dificuldades em afastar a população das praias, especialmente em dias quentes. Para Croda, a falta de isolamento social e os problemas estruturais na rede pública de saúde podem colocar o estado em alerta em caso de aumento expressivo de novas infecções por Covid-19.

“O Rio de Janeiro viveu crises na saúde muito intensas, com desvios importantes de recursos e isso fez com o que estado tivesse a maior letalidade entre todos do país. O Rio sofreu tanto quanto o Amazonas, Pará e Ceará”, ressaltou o infectologista.

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Segunda onda no Brasil

Se houver uma nova onda de casos no Brasil, o médico disse que o país está mais preparado para contê-la.

“Nós ainda vivemos a passagem da primeira onda, enquanto a Europa está na segunda. Nesse momento, não existe nenhuma indicação de medidas mais restritivas no Brasil porque nós temos tantos casos como óbitos descendentes e número de leitos de terapia intensiva adequados para todas as regiões do país.”

“Essa segunda onda pode acontecer no Brasil, mas teoricamente estamos mais preparados para isso. A população está mais consciente com as medidas preventivas, mas é importante que o poder público monite a adoção delas. Para que a gente não volte atrás nas medidas de flexibilização, precisamos da colaboração de toda a população”, reforçou.

(Edição: André Rigue)

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