Diretor admite parcerias, mas diz que Butanvac terá produção brasileira

Dimas Covas afirma à CNN que Monte Sinai forneceu vírus vacinal, mas que desenvolvimento da vacina será feito no país

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou à CNN neste sábado (27) que a entidade não revelou os parceiros internacionais durante o anúncio da vacina Butanvac por razões contratuais.

Ele admitiu a relação com o Hospital Monte Sinai, entidade americana cujo pesquisador reivindicou a autoria intelectual do imunizante, mas afirmou que o desenvolvimento da vacina contra a Covid-19 será feito no Brasil.

“O vírus vacinal é um componente importante, mas a vacina precisa ser desenvolvida, precisa ser feita”, disse Dimas Covas. “Foi dito ontem que a vacina estava sendo desenvolvida por um consórcio, nós só não citamos os componentes desse consórcio. O próprio consórcio pediu que isso não fosse feito no dia de ontem, porque isso deve ser feito em um comunicado conjunto”.

Questionado sobre a afirmação do governador João Doria (PSDB), que apresentou a Butanvac como “100% brasileira”, o diretor do Butantan afirmou se tratar de “uma questão de semântica”. Ele reiterou que a presença de tecnologia estrangeira não anula, na sua visão, a origem brasileira da vacina.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, deu detalhes sobre a ButanVac
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, conversou com a CNN sobre a nova vacina brasileira contra a Covid-19 (27.mar.2021)
Foto: Reprodução / CNN

“Podemos dizer que o jato que a Embraer produz é brasileiro? É brasileiro, mas a turbina é inglesa”, comparou. Ele ainda afirmou que o mesmo acontece com a vacina da gripe, a principal atividade do Instituto Butantan, que também recebe vírus vacinais vindos do exterior.

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