‘Doses da Pfizer não podem ficar armazenadas aguardando organização’, diz médica
Na quinta-feira (29), Brasil recebeu primeira remessa com um milhão de doses do imunizante


A primeira remessa com um milhão de doses da vacina da Pfizer chegou ao Brasil na última quinta-feira (29/04). As doses começarão a ser distribuídas na próxima semana às capitais que têm condições de armazenar o imunizante nas temperaturas adequadas.
A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, explicou à CNN a importância das doses serem rapidamente administradas, num momento em que o Brasil atingiu 400 mil mortes em consequência da Covid-19.
“O governo não pode ficar com estas vacinas armazenadas porque cada dose de vacina é um brasileiro que pode ser salvo, que ela seja em São Paulo, no Acre, onde for, essa vacina tem que ser administrada.”
Ethel defende que as doses tenham um escoamento o mais rápido possível, mesmo que algumas localidades acabem recebendo mais imunizantes por agora por estarem mais organizadas em relação ao que a tecnologia da Pfizer requer (as vacinas podem ser armazenadas entre -25 e -15 graus Celsius por até duas semanas).
“Se tem um estado que está mais organizado para receber a vacina da Pfizer, essa vacina tem que ir para esse local. O Ministério da Saúde está com a dúvida, porque quer distribuir igualmente em todos os estados e, enquanto tudo não estiver organizado, as doses não iriam sair. Isso não faz sentido”, questiona.
A professora cita os Estados Unidos como exemplo, quando em dezembro de 2020, a agência reguladora de medicamentos americana, FDA, autorizou o uso emergencial do imunizante que chega agora ao Brasil. “Os EUA em 24h se organizaram e foram distribuindo para os locais que tinham condições. Depois, foram monitorando e enviando aos outros”, diz.