Estados e municípios estudam criar comitê independente para avaliar Sputnik V

A ideia é formar um grupo que possa facilitar a interlocução entre a Anvisa e o Fundo Russo, que produz a vacina

Os estados e municípios que tiveram negado o pedido de importação da vacina russa contra a Covid-19 Sputnik V estudam a criação de um comitê de especialistas independente para preparar um dossiê sobre o imunizante. 

A ideia é reunir um time de autoridades que possa, além de levantar as informações publicadas no mundo todo sobre a vacina, atuar na interlocução entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Fundo de Investimento da Rússia, que detém a tecnologia.

A proposta foi feita pelo ex-diretor da Anvisa, Ivo Bucaresky, que atua como consultor do grupo de estados e municípios que solicitou importação da Sputnik V. A sugestão é para que este grupo analise o que os russos enviaram ao Brasil e intermedie a relação entre os países. 

“O tema está muito politizado. Precisamos da vacina, de todas as que estiverem disponíveis. A Anvisa foi rigorosa, como tem que ser, mas estamos em uma emergência sanitária. Nenhuma vacina tem todos os estudos completos, como seria em situações normais”, afirmou Ivo à CNN.

A Anvisa negou nesta segunda-feira (26) a importação da Sputnik V sob o argumento principal de que faltam documentos que comprovem a segurança da vacina.

A ideia do comitê de especialistas independente é reunir toda a literatura científica sobre a vacina (publicada em revistas científicas como Lancet, Nature) e os pedidos de registro para uso emergencial da Sputnik V submetidos aos países que usam o imunizante, como Argentina, Índia, México e Paraguai.

Frasco da Sputnik V, a vacina russa contra a Covid-19
Frasco da Sputnik V, a vacina russa contra a Covid-19
Foto: Sputnik V/Divulgação

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