Gabbardo: leitos de UTI agora serão usados para outras necessidades da população

Novos critérios do plano de retomada foram anunciados nesta segunda (27); principal mudança leva em conta a taxa mínima de ocupação de leitos de UTI

Em entrevista à CNN nesta segunda-feira (27), o secretário-executivo do Comitê de Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, falou sobre as mudanças anunciadas hoje no Plano São Paulo, programa de retomada econômica do estado diante da pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, a proposta visa não deixar leitos de UTI ociosos enquanto a população precisa deles para outros motivos.

Na capital, as alterações do plano se dão por conta da redução do número de casos, internações hospitalares e óbitos nas últimas semanas. 

“Isso é necessário, porque não tem sentido manter metade dos leitos ociosos quando não existe mais demanda na capital para pacientes com Covid-19 enquanto outras situações como infarto, acidente vascular cerebral e pessoas vítimas de acidentes precisam de leitos de UTI”, explicou.

Agora, as cirurgias eletivas que haviam sido canceladas no início da pandemia também podem ser retomadas. 

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira os novos critérios do programa de retomada. A principal mudança levou em conta a taxa mínima de ocupação de leitos de UTI. 

Por isso, para uma região avançar da fase amarela (3) para a verde (4), o percentual de ocupação poderá variar entre 75% e 70% — antes, o índice previsto era de menos de 60%.

Gabbardo afirmou que é com segurança que o Centro de Contingência flexibiliza esses percentuais de utilização de leitos de UTI e que, segundo ele, não serão desmobilizados, podendo ser utilizados para outras necessidades da população. 

“Caso haja um aumento de casos de Covid-19, eles poderão ser rapidamente recolocados à disposição dos pacientes que precisam de leitos”, explicou.

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Vacina

Sobre a Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, Gabbardo afirmou que a expectativa é que a partir de janeiro de 2021 a vacina já possa ser aplicada na população.

Ele também falou sobre o desenvolvimento e produção da vacina do Ministério da Saúde em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

“Com essas duas potencialidades de vacinas, nós poderemos iniciar a vacinação em pessoas idosas, que apresentam doenças crônicas, trabalhadores da área da saúde e, gradativamente, vamos estendendo para toda a população”, disse.

Entre a produção, distribuição e aplicação, segundo ele, o processo pode durar alguns meses. Gabbardo disse acreditar que nos primeiros meses do ano que vem será possível vacinar a população mais prioritária.

(Edição: Bernardo Barbosa)

 

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