Gonzalo Vecina: é justificável ceticismo com relação à vacina da Rússia
"Vacina é um produto que se aplica em pessoas sadias e, portanto, tem que ter segurança”, disse o ex-presidente da Anvisa
O médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Gonzalo Vecina acredita ser “plenamente justificável” que a comunidade científica internacional veja com ceticismo a vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Rússia — a Sputnik V.
Com o anúncio feito nesta terça-feira (11) pelo presidente russo Vladimir Putin, essa pode ser a primeira imunização registrada contra a doença no mundo.
“Vacina não é um remédio para doentes. É um produto que se aplica em pessoas sadias e, portanto, tem que ter segurança”, argumenta Vecina.
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O médico sanitarista também critica o país por não divulgar dados científicos sobre seus testes. “Esse é o problema da vacina russa: ninguém sabe do que estamos falando. É inaceitável para aprovar uma vacina”, pontua.
Sobre uma possível parceria entre o governo do Paraná e a Rússia para produzir a imunização, o ex-presidente da Avisa considera “totalmente precipitada”.
(Edição de Diego Freire)