‘Isolamento é mais difícil para os brasileiros’, avalia infectologista
A médica Ho Yeh Li também comentou a liberação de 900 leitos no Hospital das Clínicas para tratar a COVID-19


O Hospital das Clínicas está disponibilizando 900 leitos para tratamento de pacientes da covid-19. Os doentes infectados com o novo coronavírus devem ficar em prédio separado dos demais e com equipe médica treinada.
A médica infectologista Ho Yeh Li explicou,em entrevista à CNN, como ficará o atendimento após tais mudanças. “Iniciamos esse processo há duas semanas, os leios foram ampliando, conseguimos tirar rapidamente as pessoas que não estão com a doença, mas temos que lembrar que outras doenças não param. As pessoas continuam tendi infarto, AVC, acidentes. Essas outras situações estão acontecendo e estamos pedindo ajuda para outros hospitais”, explica.
Questionada sobre as notificações dos testes realizados e em qual etapa o Brasil se encontra no combate à pandemia, a médica ponderou. “Pandemia, seguindo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), passa por algumas fases de planejamento. A primeira fase é a de alerta, que no Brasil começou em janeiro. A segunda, é a contenção. Nela não importante a gravidade do paciente, todos os casos são testados e ao mesmo tempo notificados. Foi desse jeito que o Brasil conseguiu detectar o primeiro caso, mas a partir de certo momento, só deve ser testado o paciente que está grave.” E reforçou: “A pessoa não testada deve ficar em casa também, gripe também mata. “
A falta de profissionais de saúde, segundo Ho, também é um ‘gargalo’. “A gente sabe que médicos de outras especialidades também têm o conhecimento necessário, por isso tentamos colocar todos eles trabalhando juntos dando assistência aos paciente”, explica.
Ao mencionar as experiências em países asiáticos, a infectologista explicou como funciona o modo de vida nestes países. “Os japoneses já tinham sempre essa cultura de proteger quem está do seu lado e são mais contidos. Para os brasileiros, o isolamento vertical é impossível, pois, por exemplo, aqui as crianças brincam todas juntas.” e concluiu: “Não dá certo pegar modelos de outros países pois a nossa cultura é diferente”, conclui.