Médica brasileira atua nos EUA na criação de máquina que esteriliza máscaras

Equipamento é capaz de fazer a descontaminação de até 3 mil máscaras por ciclo

Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos, liderada pela médica e pesquisadora brasileira Fernanda Sakamoto, desenvolveu uma máquina capaz de esterilizar máscaras de proteção individual, utilizadas por profissionais da saúde que estão lidando diretamente com pacientes contaminados pela Covid-19. 

Fernanda Sakamoto mora há 14 anos em Boston e atua no Massachusetts General Hospital (MGH), que pertence à Universidade de Medicina de Harvard. Quando o novo coronavírus chegou em Boston, sua equipe percebeu que só teriam máscaras para dez dias de atendimento. Foi então que, junto à uma equipe de pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da Universidade de Stanford e da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), ela e os demais grupos buscaram soluções para que fosse possível e seguro a reutilização de máscaras pelos profissionais de saúde. 

“Um dos grupos de reutilização da máscara N95 descobriu esse método de descontaminação usando peróxido de hidrogênio, em vapor, que foi desenvolvido pelos militares americanos para descontaminação de máscara de equipamentos médicos”, diz Sakamoto.

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Após uma série de testes de descontaminação, filtração e de validação, o método passou a ser utilizado para descontaminar máscaras de sete hospitais no estado de Massachusetts. “Nós fazemos a descontaminação de até 3 mil máscaras por ciclo. Hoje, Boston está em uma situação privilegiada e confortável em relação aos equipamentos de proteção individual (EPIs), porque nós temos suficiente para todos os nossos médicos”.

Os médicos, enfermeiros e demais profissionais da linha de frente, ao receberem suas máscaras, assinam um termo se responsabilizando em conservar o EPI por um mês, sendo que a orientação da agência Food and Drug Administration é que a população utilize máscaras comuns, descartáveis ou caseiras, e que deixem a N95 para quem trabalha diretamente com o vírus nas clínicas e hospitais. “A N95 é designada para filtrar pelo menos 95% das partículas que estão chegando ao nosso cardiorrespiratório”, explica a médica brasileira.

(Edição: André Rigue)

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