‘Medidas que não restringem não servem para muita coisa’, diz microbiologista
Para Natália Pasternak, governos devem adotar medidas restritivas durante o dia, em tentativa de reduzir a contaminação pela Covid-19 no Brasil


Oito estados já adotaram medidas de restrição noturna de circulação com o objetivo de conter o avanço da pandemia da Covid-19.
No entanto, a avaliação de Natália Pasternak, microbiologista e presidente do Instituto Questão de Ciência, é que a medida pode não ser tão eficaz, uma vez que o deslocamento já está bastante reduzido nesse período do dia.
“Medidas restritivas que não restringem não vão servir pra muita coisa. Se a gente precisa restringir mobilidade, tem que ser num momento em que haja, não quando ela já é reduzida, como das 23h às 5h”, avalia a especialista, em entrevista à CNN.
Ela defende que isso seja feito em locais com mais risco de contágio, onde as pessoas ficam aglomeradas.
“Bares, restaurantes, espaços com pouca ventilação onde tiram a máscara para comer, beber e conversar, são locais com maior risco. Dá para fazer um planejamento mais racional do que medidas que infelizmente não vão conseguir ter um impacto na transmissão”, lamenta.
A microbiologista alerta que é necessário acelerar o ritmo de vacinação para reduzir os índices de contágio e mortes.
“Vamos melhorar à medida que tenha um cronograma de imunização mais estabelecido, que se faça mais acordos bilaterais com as empresas para aquisição de doses e quando tivermos alguma autonomia na produção nacional. Ainda teremos de viver as consequências da falta de planejamento do ano passado.”
Publicado por Guilherme Venaglia