Negar vacina por falta de condições logísticas é inaceitável, diz pesquisadora

Para Margareth Dalcolmo, justificativa de que eventualmente não pudéssemos usar o imunizante por falta de condições logísticas é inaceitável

A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcolmo, acredita que a vacina da Pfizer/BioNTech contra o novo coronavírus poderia ser aplicada na população brasileira que vive em áreas urbanas. 

Segundo ela, se a importação das duas milhões de doses extras da vacina contra Covid-19 produzida pela Astrazeneca e pela Universidade de Oxford não ocorrer, o país precisará encontrar outras alternativas.

“Não há razão para não progredirmos com as negociações com a fabricante Pfizer, que tem uma vacina aprovada utilizada em 40 países. A justificativa dada de que eventualmente nós não pudéssemos usar a vacina da Pfizer por falta de condições logísticas no Brasil é, ao meu juízo, inaceitável”, afirmou.

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De acordo com a presidente da fundação, as capitais brasileiras “seriam perfeitamente capazes de albergar as vacinas nas melhores condições de segurança”.

Além disso, na avaliação de Dalcolmo, a iniciativa privada brasileira poderia, neste momento, fazer doações de freezers para o armazenamento dos imunizantes. 

“Se houvesse uma logística bem coordenada, a vacina da Pfizer poderia ser perfeitamente aplicada em áreas urbanas, onde as condições são melhores. E as vacinas que exigem uma cadeia de frio mais simples, com temperaturas com geladeiras domésticas, poderiam ser distribuídas em áreas mais complexas e distantes do Brasil.”

Vacina da Pfizer armazenada em freezer
Vacina da Pfizer armazenada em freezer
Foto: Marco Alpozzi/Dia Esportivo/Estadão Conteúdo

(Publicado por Sinara Peixoto)

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