Ocupação de leitos de UTI em hospitais privados cai de 98% para 85%

Especialistas alertam que cenário ainda é preocupante

A taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 em hospitais privados caiu de 98% para 85% nas últimas duas semanas. O número representa dados coletados em todo o país. Apesar da boa notícia, especialistas alertam que o cenário ainda é muito preocupante e que a queda de 13 pontos percentuais ainda está longe de significar um alívio.

A pesquisa, feita em 71 instituições da rede particular, mostra que a queda é nacional, mas a situação da pandemia varia em cada estado. Segundo a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), as instituições particulares da região Sul estão com a menor taxa de ocupação de UTIs para covid-19 no país, com 80,43%. O Sudeste tem o maior número, com 87,28%. Norte e Centro-Oeste estão com 84,22% e Nordeste tem 84,16%.

“O nível de ocupação dentro das UTIs continua muito alto e as pessoas que lá estão, na medida em que são mais jovens, permanecem por mais tempo”, explica o diretor-executivo da Anahp, Antônio Britto, à CNN.

“Uma pequena estabilização, uma leve redução desses indicadores não nos permite relaxamentos maiores. Senão rapidamente retroagimos a momentos duros que nós vivemos no passado recente”, avalia o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri.

Leitos de UTI para Covid-19 em hospitais do interior de SP (18.dez.2020)
Foto: Reprodução/CNN

Insumos

Os hospitais ainda lidam com a crise de desabastecimento de medicamentos e insumos. Os estoques do kit intubação duram, no máximo, uma semana em 80,28% dos hospitais privados do país e, em 30,98% das instituições, a situação é considerada crítica, com anestésicos e sedativos para até cinco dias.

“A demanda que está acontecendo é maior do que a disponibilidade que havia e que há em termos de produção de medicamentos e de outros elementos para esse kit de intubação. Não há o suficiente para todos. A gente tem que ter muita cautela porque essa é uma guerra que ainda está longe de acabar”, afirma Britto.

 

(Publicado por Sinara Peixoto)

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