Quase toda a cidade do RJ tem risco alto de contaminação pela Covid-19

Secretário informou que a aérea mais preocupante no momento é a Ilha de Paquetá, por conta da estrutura da rede de saúde na região

 

Vinte e oito das 33 regiões administrativas da cidade do Rio de Janeiro apresentam risco alto de contaminação pela Covid-19. Houve uma piora de classificação para 10 locais, na comparação com o último boletim epidemiológico divulgado pela prefeitura carioca na última sexta-feira (8).

O que também chama a atenção é que das cinco regiões que têm nível considerado moderado de contágio quatro são em comunidades: Rocinha, Jacarezinho, Complexo do Alemão e Maré. 

Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, essas áreas já tiveram índices muito altos em outros meses e agora podem estar baixando. Soranz informou que a aérea mais preocupante no momento é a Ilha de Paquetá, por conta da estrutura da rede de saúde na região. 

Nas últimas 24 horas, a capital registrou 156 óbitos e 1.148 novos casos. Desde o início da pandemia, foram notificados mais de 175 mil casos e quase 16 mil mortes na cidade do Rio de Janeiro. Até o fechamento desta reportagem, 13 pessoas aguardavam na fila de espera de leitos de UTI para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 

Na última quarta-feira (13), a prefeitura anunciou medidas restritivas, que seriam divididas em três categorias: permanentes, variáveis e recomendáveis. 

As permanentes dizem respeito à higienização das mãos, ao distanciamento social e ao uso de máscara. Já as ações variáveis serão proporcionais aos estágios estabelecidos pelo Centro de Operações e Emergências. A Prefeitura do Rio de Janeiro também listou uma série de recomendações para pessoas com mais de 60 anos ou com comorbidades.

Medidas para locais com alto risco de contaminação

Em áreas consideradas de alto risco de contágio, as medidas variáveis valem para diversos segmentos. 

Por exemplo, supermercados, mercados, mercearias, padarias, açougues, peixarias, lojas de laticínios, hortifrutigranjeiros, quitandas, entre outros, podem funcionar mas com 2/3 da capacidade, devem priorizar o serviço de entrega em domicílio ou retirada na loja e devem ter a ampliação do horário de funcionamento, a fim de evitar aglomerações. Mesmas regras valem para farmácias, drogarias, comércio de produtos de interesse à saúde, veterinários e agropecuários e serviços de locação de equipamentos médicos.

A limitação da capacidade em dois terços e o horário estendido de funcionamento também valem para bancos e lotéricas localizadas em áreas de risco alto. 

Restrições mais enérgicas em áreas de risco muito alto de contágio 

Por enquanto, nenhuma área do Rio de Janeiro foi considerada pela prefeitura como com risco muito alto de contágio pela Covid-19. No entanto, medidas mais enérgicas já estão previstas caso alguma região atinja este nível. 

Os hotéis do Rio de Janeiro que estiverem localizados em bairros com risco muito alto de contaminação para o novo coronavírus serão obrigados a vetar turistas a passeio na cidade, a maior parte das reservas. A medida libera a hospedagem para quem vem a trabalho. 

A CNN conversou com José Domingo, vice presidente da Associação Brasileira da Industria de Hotéis do Rio de Janeiro sobre o assunto e como os hotéis da capital se preparam para cumprir tais medidas se necessário. A ABIH -RJ se comprometeu a dar orientações aos associados sobre as novas medidas da prefeitura.

Fiscalização em bares

Um bar foi interditado na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Depois de receber denúncias de que haveria música ao vivo no local, equipes da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) e da Vigilância Sanitária foram até lá e encontraram outras irregularidades. 

O local não tinha alvará para funcionar com música ao vivo, para o letreiro e nem autorização para usar mesas e cadeiras em espaço público. A interdição do estabelecimento vale por até 72 horas e se baseia na resolução conjunta da Prefeitura e do governo do estado, publicada em Diário Oficial na última quarta-feira (13). 

No momento, a área onde se situa o bar está com risco alto de propagação do novo coronavírus. 

Neste estágio, está vedada música ao vivo em boates, danceterias e similares. Só é permitido som ambiente, em volume baixo. Além disso, há limitação de clientes em um quarto da capacidade interna do estabelecimento, a pista de dança tem que ficar fechada e o distanciamento mínimo de 2 metros entre mesas é exigido.

“As pessoas precisam se conscientizar que estamos na pandemia e envolve questão de saúde pública. A fiscalização vai prosseguir “, comentou o secretário Brenno Carnevale.

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