Sedativos estão entre os principais itens em falta do kit intubação; entenda

Coordenador da UTI do Beneficência Portuguesa, André Gasparoto relatou dificuldades no tratamento de pacientes graves de coronavírus

Médico intensivista e coordenador da UTI do hospital Beneficência Portuguesa, André Gasparoto relatou à CNN que sedativos são os principais itens em falta no chamado kit intubação, utilizado para o tratamento de pacientes graves da Covid-19. Em entrevista nesta quinta-feira (15), ele reforçou o alerta de que já falta esses insumos em diversos hospitais do país.

“Usam o termo ‘kit intubação’, mas, na minha concepção, o termo correto deveria ser ‘kit sedação’ porque a quantidade de sedativos e bloqueadores neuromusculares, assim como analgésicos, para intubação é irrisória quando comparada à de medicamentos para manter o paciente sedado após ser intubado, o que pode durar até 15 dias”, explicou Gasparoto.

O médico também descreveu que colegas profissionais de saúde em todo o Brasil relatam dificuldade no tratamento de pacientes. “Já recebi vários vídeos de pacientes que estavam completamente mal sedados, que ficam agitados e sem nível de consciência. Nesses casos, o paciente evolui a óbito, infelizmente é o resultado. A falta desses medicamentos está totalmente relacionada ao desfecho do paciente.”

Situação crítica em SP

Na quarta-feira (14), o governo de São Paulo informou ao Ministério da Saúde que precisa receber os medicamentos que fazem parte do kit intubação em até 24 horas, sob o risco de desabastecimento. 

Mais de 2 mil unidades de saúde em São Paulo estão com estoque zerado de bloqueadores neuromusculares. No caso de sedativos, 961 unidades de saúde paulistas estão com as prateleiras vazias e 75% só têm reserva para no máximo uma semana.

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