Sem lockdown no Rio, pessoas morrerão em casa, afirma epidemiologista

Segundo Roberto Medronho da UFRJ, sem o bloqueio total, número de óbitos aumentará e profissionais da saúde terão que escolher quem vai viver e quem vai morrer

Em entrevista para a CNN, o epidemiologista e coordenador do grupo de trabalho para enfrentamento do novo coronavírus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, afirmou que se o lockdown no estado não for implantado “o número de óbitos aumentará, as pessoas começarão a morrer em casa e os médicos terão que escolher quem vai viver e quem vai morrer”.

Ele disse ainda ser importantíssimo que o bloqueio total venha com um “plano de liberação” para que as pessoas tenham “uma luz no fim do túnel, uma esperança”. 

Mais cedo, a CNN obteve acesso a um documento da Secretaria Estadual de Saúde, que considera que o atual estágio da epidemia da Covid-19 no Rio de Janeiro já mostra a necessidade de um bloqueio total do estado.

“Sabemos que [o lockdown] é um remédio amargo, que trará problemas econômicos, principalmente para as pessoas mais desfavorecidas. Não há contradição entre a saúde e a economia. Os dois são fundamentais para a vida na nossa sociedade”.

Questionado se houve alguma falha com relação às medidas de isolamento do governo do estado, propostas há quase dois meses, ele disse que não. 

“A ideia das medidas não era para zerar a doença. Isso é impossível e nenhum país conseguiu. Com o isolamento social, a velocidade de crescimento da curva diminui e o pico da pandemia acaba sendo postergado”, afirmou. 

Segundo ele, a população se confunde quando presencia autoridades e pessoas comuns aglomeradas e não sabe como deve agir. 

“É muito difícil quando não temos uma unidade de pensamento independentemente de qualquer visão de mundo, credo e ideologia. Todo deveríamos estar unidos”, disse.

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