‘Variante deve estar em mais lugares do que a gente imagina’, diz infectologista
Instituto Adolfo Lutz dará uma resposta oficial nesta segunda-feira sobre mutação do vírus Sars-CoV-2 encontrado em São Paulo


Estudos apontam que a nova variante da Covid-19, identificada no laboratório Dasa, em São Paulo, é mais transmissível. A cepa foi detectada primeiramente no Reino Unido e já chegou a 31 países.
A infectologista Rosana Richtmann conversou com a CNN neste domingo (3) e disse que é esperado que na segunda-feira (4) haja um anúncio oficial do Instituto Adolfo Lutz para saber se, de fato, a nova cepa tem as mesmas mutações da variante isolada no Reino Unido.
“Na minha opinião e na opinião da maioria dos especialistas, essa variante já deve estar em muitos mais lugares do que a gente imagina, inclusive aqui no Brasil. O que, às vezes, varia é o quanto aqui no Brasil nós temos capacidade de detectar a entrada desta variante em diferentes locais.”
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Richtmann reforçou que os testes RT-PCR, conforme a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), precisam usar uma metodologia molecular que consiga detectar diferentes alvos do vírus e não somente o alvo, que é a proteína “S”.
“Se você usar um teste molecular que só detecte este alvo, você muitas vezes pode ter um falso negativo. Você pode estar de fato com Covid e o resultado vir negativo. Se você usar um RT-PCR que tenha diferentes alvos, e isso é o que a maioria dos laboratórios, felizmente, no Brasil, utilizam, você deixa de ter um falso-negativo”, diz.
Ela reitera que não existe falso-positivo. A partir do momento que o resultado do exame de Covid-19 detecta a presença do vírus, a pessoa está com a doença. No entanto, o contrário é possível. Ou seja, estar infectado, mas testar negativo.
A infectologista diz que como as tecnologias das vacinas contra a Covid-19 são muito novas a maioria dos especialistas indica que as pessoas usem a mesma vacina, de um mesmo fabricante, entre a primeira e a segunda dose.
“Imaginando que no Brasil a gente vai ter diferentes fabricantes, vai ter vacina do Butantan, vacina da Oxford, não sei, talvez vacina Pfizer, a gente tem que imaginar que eu preciso de um registro muito adequado, falar ao meu paciente qual vacina ele está tomando, para que na segunda dose, ele preferencialmente tome a mesma vacina”.
Apenas em situações extremamente raras, no caso de não ter doses do mesmo fabricante, como ocorreu no Reino Unido, ou não saber qual foi a primeira vacina tomada primeiro, segundo Rosana, é preferível que o paciente tome a segunda dose disponível para que se mantenha uma imunização prolongada. “Isso vai ser absolutamente uma exceção à regra. A regra será tomar a mesma vacina na primeira e na segunda dose”.
Foto: Reprodução / CNN