Vários países pedem nova investigação sobre origens da Covid-19

A ação veio depois que uma investigação internacional na China, feita no início deste ano, não chegou a conclusões satisfatórias

Os Estados Unidos aderiram aos apelos por uma investigação mais profunda e transparente sobre as origens da pandemia de coronavírus. A ação veio depois que uma investigação internacional na China, feita no início deste ano, não chegou a conclusões satisfatórias.

Falando na cúpula anual da Organização Mundial da Saúde para os estados membros em Genebra, na terça-feira (25), representantes dos Estados Unidos e de vários outros países enfatizaram a importância de identificar como a Covid-19 começou a se espalhar.

“Ressaltamos a importância de uma investigação abrangente e robusta conduzida por especialistas sobre as origens da Covid-19. É uma providência fundamental para garantir que estejamos preparados para mitigar e responder com sucesso a futuros surtos e prevenir novas pandemias”, disse o representante dos EUA, Jeremy Konyndyk, à Assembleia Mundial da Saúde, pedindo uma “análise de origem independente, baseada na ciência e conduzida por especialistas.”

Reino Unido, União Europeia, Austrália e Japão, entre outras nações, também reforçaram o pedido de uma nova investigação da OMS.

Uma equipe de especialistas internacionais enviada em janeiro a Wuhan, o epicentro original do surto de Covid-19, relatou que o vírus provavelmente foi transferido de morcegos para humanos por meio de um animal intermediário. Os investigadores também argumentaram que uma teoria envolvendo o vazamento do vírus de um laboratório era “extremamente improvável”, citando a falta de trabalhadores de laboratório infectados antes que os primeiros casos de Covid-19 fossem relatados em dezembro de 2019.

Mas um novo relatório emitido pelos serviços de inteligência dos EUA descobriu doenças em um laboratório de virologia chinês um mês antes e levantou novas questões sobre a origem do Covid-19.

A China sempre rejeitou a teoria de vazamento por parte de algum laboratório, muitas vezes citada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Embora os países membros da OMS não estejam sugerindo que um vazamento de laboratório seja a fonte do vírus, muitos querem que os próximos estágios da investigação deem um mergulho mais profundo na origem do vírus.

Os pedidos vêm depois que uma série de cientistas internacionais proeminentes – incluindo Anthony Fauci, diretor do Instituto de Doenças Infecciosas dos EUA – sugeriram a necessidade de uma análise mais científica da teoria. Falando em um simpósio de verificação de fatos em 11 de maio, Fauci disse que não estava mais convencido de que a pandemia se originou naturalmente e que a comunidade internacional deveria “continuar a investigar o que aconteceu na China”.

Apesar das inúmeras demandas por uma segunda fase mais profunda do estudo das origens da Covid-19, as mesmas sensibilidades diplomáticas que impediram os esforços da OMS no passado poderiam restringir quaisquer compromissos firmes em um caminho a seguir.

“O objetivo da investigação não é atribuir culpas, mas encontrar a origem do vírus e dos surtos numa investigação fundamentada na ciência, para que possamos prevenir futuras catástrofes globais”, disse Konyndyk, o representante dos EUA na cúpula.

Nova abordagem

Por que os cientistas estão repentinamente mais interessados na teoria de vazamento de laboratório como a origem de Covid-19?

Um relatório da inteligência dos EUA informando que vários funcionários do Instituto de Virologia Wuhan, na China, foram hospitalizados em novembro de 2019, gerou mais debates sobre a possível origem do vírus em um laboratório. No entanto, as autoridades acreditam que não será possível saber exatamente o que aconteceu até que a China se abra para uma investigação internacional completa, algo que até agora não estava disposta a fazer. O diretor do laboratório de Wuhan disse à mídia estatal chinesa que a reportagem era “uma mentira completa”.

Jamie Metzl, consultor da OMS, disse na terça-feira que havia evidências crescentes de um vazamento de laboratório que poderia ter ocorrido enquanto os cientistas estavam “cutucando, provocando e estudando” o vírus com a boa intenção de desenvolver vacinas.

“Eu acredito na possibilidade de um vazamento acidental seguido por um encobrimento criminoso”, acrescentou Metzl, que serviu no Departamento de Estado dos EUA durante o governo Clinton e é membro sênior do Conselho do Atlântico. 

50% dos adultos norte-americanos já estão vacinados

Os EUA estão atingindo as principais metas de vacinação da Covid-19. Mesmo assim, especialistas em saúde dizem que os não vacinados não devem confiar na proteção de quem está imunizado, já que o risco de infecção não diminuiu em resposta ao declínio dos casos.

“O trabalho que temos pela frente será realmente desafiador porque, embora as pessoas vacinadas estejam bem protegidas, as demais ainda não estão seguras”, ressaltou a analista médica da CNN Leana Wen. “A pandemia não acabou para eles”.

Na verdade, o risco hoje para pessoas não vacinadas é quase igual ao de janeiro, disse Wen, citando uma análise do jornal “The Washington Post”.

Metade da população adulta dos Estados Unidos está totalmente vacinada, de acordo com dados publicados na terça-feira pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Para essas pessoas, o próximo fim de semana do Memorial Day – um feriado identificado como uma grande fonte de disseminação do vírus no ano passado – pode se parecer muito com os “tempos normais” antes de 2020.

Escolas estão em alerta sobre novas variantes do vírus

Conforme novas variantes do coronavírus surgem em todo o mundo, os especialistas em saúde pública estão olhando para um grupo-chave de pessoas que podem ser particularmente vulneráveis a surtos futuros: crianças em idade escolar.

Não há indicações de que qualquer uma das novas variantes da Covid-19 cause doenças mais sérias em crianças. Além disso, continua sendo extremamente raro que elas fiquem gravemente doentes. Mas os surtos da cepa do vírus descoberto pela primeira vez na Índia entre crianças britânicas geraram algumas preocupações sobre a disseminação da variante nas escolas. Os casos no Reino Unido ainda são relativamente poucos, mas servem como uma advertência para países em todo o mundo que estão retornando à educação presencial.

Com mais escolas reabrindo e novas variantes assumindo a dominância, os surtos entre os alunos mais jovens podem se tornar inevitáveis. As crianças estão atualmente excluídas dos programas de vacinação na maior parte do mundo. Mesmo nos Estados Unidos, um dos poucos países que atualmente vacina jovens, crianças com menos de 12 anos não são elegíveis para a vacina.

Maior fabricante de vacinas está parando de exportar

Com a crise do coronavírus na Índia, o Serum Institute of India (SII) – maior fabricante mundial de vacinas – anunciou na semana passada que não poderia mais exportar seus produtos. Na semana passada, o SII informou que não retomaria as entregas para a COVAX, a iniciativa da OMS de distribuição mundial de vacinas, especialmente para países de menor poder aquisitivo, até o fim deste ano.

Embora a decisão do SII seja um salva-vidas para a Índia, que ainda está relatando cerca de 200 mil novos casos por dia, o atraso representa um grande problema para os países em desenvolvimento que dependem da COVAX para controlar seus próprios grandes surtos.

O mundo já está com menos 140 milhões de doses do que era previsto – e, até o final de junho, essa lacuna terá atingido 190 milhões, de acordo com a UNICEF, a agência das Nações Unidas para a Infância, uma das parceiras da COVAX. Atualmente não há prazo para resolver a escassez, disse a UNICEF. Isso cria um problema muito real, não apenas para os países com acesso limitado às vacinas, onde os casos estão explodindo, mas para o mundo todo.

Casa Branca faz campanha pelo Snapchat

  • A Casa Branca está se unindo ao Snapchat na última tentativa de convencer os jovens dos Estados Unidos a se vacinar.
  • O jornal nacional japonês “Asahi Shimbun”, parceiro oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020/2021, pediu o cancelamento formal do evento em um editorial publicado nesta quarta-feira (26).
  • Dominic Cummings, que serviu como conselheiro sênior do primeiro-ministro Boris Johnson no auge da pandemia, disse que a resposta do governo do Reino Unido à crise foi “desastrosamente curta”.
  • As preocupações com um “fungo negro” que infecta alguns pacientes com Covid-19 continuam a aumentar na Índia, à medida que os casos de condição potencialmente fatal aumentam para 10 mil por dia, segundo a pasta do governo responsável por produtos químicos e fertilizantes informou na terça-feira (25).
  • O trabalho infantil em alguns dos países mais pobres do mundo aumentou durante a pandemia, de acordo com um novo relatório do Human Rights Watch sobre condições de trabalho perigosas, violência e assédio.

Como lidar com DRs no “novo normal”

Cada vez mais, casais com problemas procuram o terapeuta especializado Ian Kerner em estados mais alterados, atacando um ao outro, reprimindo suas emoções ou recorrendo ao sarcasmo ou à agressividade passiva. É natal brigar às vezes em nossos relacionamentos íntimos, mas a pandemia exacerbou as tensões em alguns casos. Por mais que a gente ame o outro, estamos ainda mais próximos e expostos a mais tensões.

Para ajudar casais em conflito, Kerner fala em seu livro mais recente, “So Tell Me About the Last Time You Had Sex” (“Então me fale da última vez que você fez sexo”, sem edição no Brasil), de técnicas testadas e comprovadas em fazer as pazes.

(Texto traduzido, clique aqui e leia o original em inglês).

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