Visão Responde: psiquiatra orienta como manter a saúde mental na pandemia
Depressão, alcoolismo e uso de drogas lícitas e ilícitas têm aumentado durante a pandemia do novo coronavírus


Durante a pandemia do novo coronavírus, o número de pessoas com problemas de saúde mental aumentou. Segundo dados da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), os casos de ansiedade saltaram de 8,7% para 15% entre março e abril deste ano. Já o percentual de pessoas com depressão aumentou de 4,2% para 8%. Com relação aos casos de estresse agudo, o número passou de 6,9% para 9,7%.
Em entrevista para a CNN nesta sexta-feira (17), o psiquiatra Primo Paganini falou que no início da pandemia estudos já apontavam que haveria um crescimento de doenças relacionadas à ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada, pânico e estresse pós-traumático. Mais recentemente, segundo ele, profissionais têm notado um aumento no índice de depressão, alcoolismo e uso de drogas lícitas e ilícitas.
Para manter a saúde mental em dia, o psiquiatra disse que é fundamental dormir bem, praticar atividades físicas e ter uma alimentação balanceada. A meditação também é extremamente benéfica tanto para o cérebro como para o sistema cardiovascular. Além disso, o especialista recomendou tentar manter uma rotina semelhante à de antes da pandemia — considerando, claro, a necessidade da quarentena.
“Na dúvida, peça ajuda. Isso é sinal de força e não fraqueza”, falou.
Usar e abusar da tecnologia como forma de contato social, como fazer refeições virtuais com familiares e amigos, também é uma opção saudável. “Se permanecermos em isolamento, a tecnologia será a principal ferramenta que vamos ter para manter esse contato, que é tão importante para nós seres humanos”.
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Paganini reiterou também a importância de perder o preconceito com relação a saúde e doenças mentais. “Os psicólogos e psiquiatras não são profissionais que cuidam de louco. Cuidamos de pessoas normais que estão em sofrimento”, falou.
Sinais de alerta
Segundo o psiquiatra, ao apresentar sintomas de isolamento, irritabilidade, tristeza e ansiedade, talvez seja o momento de buscar um auxílio profissional.
É preciso ter atenção, por exemplo, quando a tristeza baixa a autoestima e aumenta a ansiedade, não deixando a pessoa parar de pensar ou dormir.
É interessante também ficar atento com o aumento do apetite, que pode ocorrer devido à depressão ou ansiedade. “Isso não significa que o indivíduo necessariamente tenha que se tratar com medicamentos. Mas, talvez, uma psicoterapia ajude”, falou.
(Edição: Bernardo Barbosa)