Submarino de cobertura transparente mergulha a até mil metros de profundidade
Descrito como “um salão sob o mar”, o Triton 3300/6 possui o maior compartimento transparente de passageiros do mundo
Descer de um iate e mergulhar nas profundezas do oceano em um submarino transparente pode parecer uma cena mirabolante saída de um filme do James Bond.
Mas graças a novos avanços tecnológicos, aventuras submarinas como essa são uma possibilidade no mundo real – caso você tenha alguns milhões sobrando na conta bancária.
Em uma jogada épica para o turismo submarino, a companhia de veículos submersíveis da Flórida, Triton Submarines, lançou o primeiro submarino com cobertura de acrílico que pode mergulhar até 1.000 metros de profundidade. O veículo tem capacidade para seis passageiros.

Descrito como “um salão sob o mar”, o Triton 3300/6 possui o maior compartimento transparente de passageiros do mundo, em um formato esférico que possui 2,5 metros de diâmetro. Essa inovação proporciona uma visão imersiva do ambiente para aqueles a bordo.
O interior do veículo que vale 5,5 milhões de dólares – cerca de 28 milhões de reais – é “comensurável com a cabine de um jato privado Cessna Citation CJ2, com capacidade para seis passageiros” e seu exterior foi pintado de azul Tiffany, a pedidos do proprietário, “parece desaparecer” dentro d’água.
Um marco tecnológico dos submersíveis

O submarino com ar-condicionado chega a até três nós de velocidade e armazenamento de ar e bateria para excursões com mais de 10 horas de duração.
Apesar de a construção ter levado apenas dois anos, Patrick Lahey, presidente da Triton Submarines, afirma que levou uma década para que chegassem ao ponto de construir um veículo desse porte.
“É um desenvolvimento muito animador, porque provamos que podemos produzir veículos que conseguem levar seis pessoas simultaneamente a uma profundidade de 1000 metros”, ele adiciona.
“Mas não vamos parar ainda. Estamos trabalhando em um veículo que possa carregar três pessoas para até 7.500 pés de profundidade (cerca de 2200 metros), e um que possa descer a 4.000 metros e levar duas pessoas, em um desafio ainda maior. É um momento eletrizante o que estamos vivendo”.
A demanda por veículos submersíveis cresceu consideravelmente nos últimos anos, com mais e mais donos de enormes iates buscando esse tipo de viatura para entreter família e amigos enquanto estão em alto-mar.
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Apesar de o sucesso de documentários sobre a natureza como “Blue Planet” sem dúvidas ter ajudado neste processo, Lahey credita os pioneiros do turismo submarino pelo crescimento da área, como o investidor americano Victor Vescovo, que encomendou um Triton 36,000/2 para uma expedição de mergulho nas partes mais profundas de cada um dos cinco oceanos do mundo, para demonstrar as capacidades da máquina.
“A conversa mudou”, ele explica. “Quando entramos em cena, há 15 anos, a ideia de um submersível em um iate era quase ridicularizada”.
“As pessoas não achavam que era uma boa ideia, majoritariamente pela percepção de que um submarino era estranho. Eles pensavam que seria complicado, frágil e assustador”.
De acordo com Lahey, os “adeptos prematuros” provaram que os veículos proporcionam experiências incríveis e também são simples para operar e manter.

‘Salão sob o mar’
“Um submersível pode realçar e enriquecer a posse de um iate”, ele adiciona “Existe agora uma sequência de sucessos nesse sentido”.
É evidente que um submersível de baterias carregáveis tornaram possível que entusiastas do mundo submarino pudessem conhecer o oceano de uma maneira totalmente nova, mas o que separa isso de um mergulho comum?
“Em um submersível você está protegido das forças do oceano, por estar dentro de uma estrutura resistente à pressão”, explica Lahey.
“Como um mergulhador, você está sujeito às forças e à pressão da água, de uma forma que não estaria nesse veículo. Como consequência, as limitações no mergulho são significativamente diferentes”.
Além disso, os mergulhos feitos por profissionais com experiência não costumam ultrapassar os 100 ou 120 metros de profundidade, o que já é considerado um mergulho muito profundo.
Ele pontua que, enquanto carregar um tanque e descer escadas exigem um certo nível de preparo físico, mergulhar em um submersível é “como sentar no sofá da sala”.
“Você não precisa ser um oficial da marinha para mergulhar em um desses”, ele disse destacando o apresentador David Attenborough, que foi visto mergulhando em um Triton em 2015, durante o documentário “A Grande Barreira de Corais com Sir David Attenborough”.
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“Isso é o que o torna uma proposta tão atrativa para donos de iates”.
Em abril, a Triton lançou um submersível de 24 lugares, o Triton DeepView 24, para o resort vietnamita Vinpearl, que planeja oferecer excursões em volta da ilha Hon Tre, na cidade de Nha Trang, indicando que uma indústria de turismo submarino estava emergindo.
Uma diversidade de empresas especializadas em barcos de passeio também estão investindo em submarinos – a Genting Cruise Lines, da Ásia, tem pelo menos quatro submarinos providos pela U-Boar Worx.
Apesar de esse ser um sinal encorajador, parece improvável que aqueles de nós que não são bilionários tenham essa experiência em um futuro próximo, por conta do processo “árduo e muito custoso” envolvido na construção.
“É um processo que toma muito tempo e demanda muito trabalho e gastos”, explica Lahey.
“Mas estamos totalmente comprometidos em entregar submarinos que sejam acessíveis. Não construímos veículos expermentais”.
(Texto traduzido. Leia o original aqui).